Desdobramento da Lava Jato, a
Operação Satélites 2, deflagrada ontem pela Polícia Federal, ampliou o cerco à
cúpula do PMDB no Senado. Por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo
Tribunal Federal (STF), foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra
suspeitos de operar recebimento de propina em contratos da Transpetro, subsidiária
da Petrobras.
As medidas foram solicitadas pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) para coletar provas contra suspeitos que
teriam beneficiado os senadores Renan Calheiros (AL), Garibaldi Alves Filho
(RN) e Romero Jucá (RR), além do ex-presidente José Sarney (AP), com o
recebimento de valores indevidos. Os peemedebistas negam.
A investigação que deu origem à
operação se baseou na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado, que revelou à PGR ter repassado, em 11 anos, R$ 100 milhões em propina
aos peemedebistas. O dinheiro, supostamente oriundo de contratos da estatal,
teria sido pago em espécie e por meio de doações oficiais.
A PF cumpriu dez mandados em
Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe, São Paulo e Distrito Federal para apurar
crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro, corrupção e
organização criminosa.
Um dos alvos foi o advogado Bruno
Mendes, ex-assessor de Renan, que foi gravado em uma das conversas de Machado
entregues à Lava Jato. O senador é suspeito de ter recebido R$ 32 milhões dos
recursos supostamente desviados para o PMDB.
Também foram cumpridas medidas
contra o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Lindolfo
Sales, que foi chefe de gabinete de Garibaldi; Amauri Cezar Piccolo, assessor
de Sarney; e uma ex-assessora de Jucá. Outro alvo de busca foi o ex-senador
José Almeida Lima (PMDB), atual secretário de Saúde de Sergipe.
PROPINA. Machado contou que Garibaldi,
em eleições, sempre o procurava solicitando recursos. O último encontro, de
acordo com ele, se deu em 2014, quando o senador era ministro da Previdência.
Machado disse ter viabilizado R$ 700 mil para o congressista por meio de
contribuições de empreiteiras que tinham contratos com a Transpetro. O delator
contou que Sarney foi beneficiado com R$ 18,5 milhões entre 2006 e 2014.
Segundo Machado, Jucá recebeu R$ 21 milhões.
Detalhes da Satélites 2 não foram
divulgados, sob o argumento de que corre em sigilo. A operação é desdobramento
da Satélites, de 21 de março, que teve como alvo nomes ligados a Renan e
Humberto Costa (PT-PE), Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Valdir Raupp (PMDB-RO).
Com informações do Estadão Conteúdo. Fonte: Notícias ao Minuto.