O ex-assessor da Secretaria de Obras do Rio Wagner
Jordão Garcia confessou nesta quinta-feira (4) que recolheu propina a pedido de
Hudson Braga, ex-secretário. Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, responsável
pela Operação Lava Jato no Rio, ele chorou, pediu "perdão ao povo do Rio"
e solicitou prisão domiciliar.
"Acordo todo dia com quatro baratas. Quero
pedir perdão ao povo do Rio. Sei que eu errei. Mas isso está me
torturando", disse Garcia, em prantos. Bretas não decidiu sobre o pedido
do ex-assessor.
Garcia e Braga foram presos na Operação Calicute,
deflagrada em novembro e que prendeu também o ex-governador Sérgio Cabral
(PMDB).
O ex-assessor é apontado pelo Ministério Público
Federal como o responsável por recolher a chamada "taxa de oxigênio",
propina de 1% cobrada por Braga, de acordo com a acusação.
Garcia afirmou que foi nomeado para a Secretaria de
Obras pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) quando este era titular da
pasta. Contudo, passou a atuar diretamente com Braga.
Ele afirma que recebia envelopes fechados sem ter
ciência do conteúdo. Braga lhe dizia, segundo a versão, que se tratava de
"projetos". O ex-assessor diz que tomou conhecimento da propina em
junho de 2011, quando recebeu por e-mail uma espécie de prestação de contas da
empreiteira Oriente de pagamento da "taxa de oxigênio".
"A partir dali, tentei me desvencilhar",
afirmou.
Em depoimento na terça-feira (2), Braga reconheceu
que cobrava a "taxa de oxigênio", mas disse que ela tinha como
finalidade "melhorar o salário de servidores". Segundo o ex-secretário,
o dinheiro era dividido entre presidente de autarquias, superintendentes,
subsecretários e assessores especiais. Com informações da Folhapress. Fonte:
Notícias ao Minuto.