"Vivi os últimos quatro anos
na expectativa deste momento agora". Este foi o desabafo da médica
Virgínia Soares de Souza na primeira entrevista que concedeu após ser
inocentada, em primeira instância, da acusação de ter provocado a morte de 7
pacientes em Curitiba. A ex-chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do
Hospital Evangélico teve o nome ligado também a outras 300 mortes, consideradas
suspeitas e investigadas pela polícia.
Virgínia Souza e outros sete
profissionais da equipe dela foram inocentados em abril, tanto pela Justiça
quanto pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná - onde mais um caso resta
ser julgado. "Recebi muitas agressões verbais, fui chamada de 'assassina',
mas sou, na verdade, esta pessoa que o juiz (Daniel Avelar) absolveu",
contou a médica ao programa "Fantástico" (Globo), neste domingo (30).
Sobre a própria reputação como
médica, Virgínia Souza falou: "Eu era conhecida mais como uma obstinada do
que pelo motivo que eu fui acusada. Obstinado é um médico que chega a
ultrapassar, vamos dizer, os protocolos e as regras e faz de tudo pelo resgate
da vida". Perguntada se voltaria à uma UTI, a médica respondeu:
"jamais", justificando que não
suportaria perceber dúvida nos pacientes ou familiares. A médica hoje trabalha
com pesquisas por telefone e diz que vai "manter este trabalho".
Para o Ministério Público do
Paraná, a sentença do juiz Daniel Avelar foi "insuficiente", diante
da quantidade provas apresentada. A promotoria também foi ouvida pela
reportagem e informou que encaminhará recurso ao Tribunal de Justiça do Paraná
(TJ-PR) por entender que pessoas foram "assassinadas naquela UTI. O MP não
tem duvida e vai continuar lutando por isso pq nós temos provas fundamentadas
em perícia médica oficial". Fonte: Notícias ao Minuto.