Apontado como operador do
ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), Luiz Carlos Bezerra afirmou em depoimento
nesta quinta-feira (4) que recolheu dinheiro em empresas de Fernando Cavendish,
Marco Antônio de Luca e George Sadala, todos os três empresários identificados
nas fotos numa festa em Paris com o peemedebista, episódio conhecido como
"farra dos guardanapos".
Cavendish é ex-dono da Delta
Construções, acusado de ser beneficiado por Cabral em licitações. Luca é
diretor do grupo Masan, um dos maiores fornecedores de quentinhas para o
sistema penitenciário e escolas. Sadala é sócio do consórcio Agiliza Rio, que
foi responsável pelo Rio Poupatempo na gestão Cabral.
Bezerra reconheceu ter recolhido
dinheiro junto a esses empresários ou suas empresas. Luca tinha o apelido de
"Louco" em suas anotações. Sadala, "Salada". "Eu
apenas ia, recolhia o dinheiro e entregava onde era determinado", disse
Bezerra, que afirmou ter recebido ordens de Carlos Emanuel Miranda, outro
acusado na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio.
Bezerra mencionou ainda
recolhimento de dinheiro na Companhia Flores, empresa de ônibus da Baixada
Fluminense. Ele disse que ganhava R$ 30 mil por mês pelo trabalho. Reconheceu
que firmou contratos fictícios com outras empresas para "esquentar"
os recursos.
De acordo com relatório da
Polícia Federal, o somatório das anotações apreendidas na casa de Bezerra
indicam uma movimentação de R$ 37 milhões entre 2011 e 2016.
"Se está nas minhas
anotações, está correto", disse Bezerra.
A defesa de Cabral, presente à
audiência, não se pronunciou. Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, ele afirmou
que usou em benefício pessoal "sobras de caixa dois de campanha".
Miranda não quis prestar depoimento. Com informações da Folhapress. Fonte:
Notícias ao Minuto.