O presidente Michel Temer vai processar o
Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, após o empresário acusar, em
entrevista, que o peemedebista lidera a "maior organização criminosa do
país". As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O
presidente divulgou nota neste sábado (17) informando que recorrerá à
Justiça contra o presidente.
O
Planalto acredita que Janot pode aproveitar as declarações feitas na
entrevista para reforçar a denúncia a ser apresentada contra o presidente na
próxima semana.
Quem não está preso está hoje no Planalto.
Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles", disse Joesley, em
entrevista à revista Época.
O
ministro Moreira Franco, da Secretaria-geral da Presidência, nega qualquer
irregularidade e afirma que as declarações do empresário são uma
"suspeição afrontosa".
Leia abaixo a íntegra da nota
Nota à Imprensa
Em 2005, o Grupo JBS obteve seu primeiro
financiamento no BNDES. Dois anos depois, alcançou um faturamento de R$ 4
bilhões. Em 2016, o faturamento das empresas da família Batista chegou a R$ 183
bilhões. Relação construída com governos do passado, muito antes que o
presidente Michel Temer chegasse ao Palácio do Planalto. Toda essa história de
"sucesso" é preservada nos depoimentos e nas entrevistas do senhor
Joesley Batista.
Os reais parceiros de sua trajetória de
pilhagens, os verdadeiros contatos de seu submundo, as conversas realmente
comprometedoras com os sicários que o acompanhavam, os grandes tentáculos da
organização criminosa que ele ajudou a forjar ficam em segundo plano, estrategicamente
protegidos.
Ao bater às portas do Palácio do Jaburu
depois de 10 meses do governo Michel Temer, o senhor Joesley Batista disse que
não se encontrava havia mais de 10 meses com o presidente. Reclamou do
Ministério da Fazenda, do CADE, da Receita Federal, da Comissão de Valores
Mobiliários, do Banco Central e do BNDES. Tinha, segundo seu próprio relato, as
portas fechadas na administração federal para seus intentos. Qualquer pessoa
pode ouvir a gravação da conversa na internet para comprová-lo.
Em relação ao BNDES, é preciso lembrar que o
banco impediu, em outubro de 2016, a transferência de domicílio fiscal do grupo
para a Irlanda, um excelente negócio para ele, mas péssimo para o contribuinte
brasileiro. Por causa dessa decisão, a família Batista teve substanciais perdas
acionárias na bolsa de valores e continuava ao alcance das autoridades
brasileiras. Havia milhões de razões para terem ódio do presidente e de seu
governo.
Este fim de semana, em entrevista à revista
Época, esse senhor desfia mentiras em série.
A maior prova das inverdades desse é a
própria gravação que ele apresentou como documento para conseguir o perdão da
Justiça e do Ministério Público Federal por crimes que somariam mais de 2000
mil anos de detenção. Em entrevista, ele diz que o presidente sempre pede algo
a ele nas conversas que tiveram. Não é do feitio do presidente tal
comportamento mendicante. Quando se encontraram, não se ouve
ou
se registra nenhum pedido do presidente a ele. E, sim, o contrário. Era Joesley
quem queria resolver seus problemas no governo, e pede seguidamente. Não foi
atendido antes, muito menos depois.
Ao delatar o presidente, em gravação que
confessa alguns de seus pequenos delitos, alcançou o perdão por todos seus
crimes. Em seguida, cometeu ilegalidades em série no mercado de câmbio
brasileiro comprando um bilhão de dólares e jogando contra o real, moeda que
financiou seu enriquecimento. Vendeu ações em alta, dando prejuízo aos
acionistas que acreditaram nas suas empresas. Proporcionou ao país um prejuízo
estimado em quase R$ 300 bilhões logo após vazar o conteúdo de sua delação para
obter ganhos milionários com suas especulações.
Os fatos elencados demonstram que o senhor
Joesley Batista é o bandido notório de maior sucesso na história brasileira.
Conseguiu enriquecer com práticas pelas quais não responderá e mantém hoje seu
patrimônio no exterior com o aval da Justiça. Imputa a outros os seus próprios
crimes e preserva seus reais sócios. Obtém perdão pelos seus delitos e ganha
prazo de 300 meses para devolver o dinheiro da corrupção que o tornou
bilionário, e com juros subsidiados. Pagará, anualmente, menos de um dia do
faturamento de seu grupo para se livrar da cadeia. O cidadão que renegociar os
impostos com a Receita Federal, em situação legítima e legal, não conseguirá
metade desse prazo e pagará juros muito maiores.
O presidente tomará todas medidas cabíveis
contra esse senhor. Na segunda-feira, serão protocoladas ações civil e penal
contra ele. Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação
financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da
República, mas ao Brasil. O governo não será impedido de apurar e
responsabilizar o senhor Joesley Batista por todos os crimes que praticou,
antes e após a delação.
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência
da República
Fonte:
Notícias ao Minuto.