Agora exonerado da Procuradoria-Geral da República (PGR), o
procurador Sidney Pessoa Madruga é acusado de repassar informações a advogada
Fernanda Tórtima, citada em gravações dos empresários da JBS. Fernanda
participou da negociação da delação premiada do grupo empresarial e foi a
responsável por apresentar o procurador Marcelo Miller a JBS, segundo
informações da Folha de S. Paulo. O jornal flagrou ela e Madruga, almoçando
juntos nesta quinta (21), e noticiou que, na ocasião, o procurador afirmou que
a PGR tinha a "tendência" de investigar Eduardo Pelella, ex-chefe de
gabinete do agora ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em
decorrência disso, Madruga, que havia sido escalado para a coordenação do Grupo
Executivo Nacional da Função Eleitoral (Genafe), pediu para ser exonerado do título.
De acordo com a publicação, a reportagem ouviu Madruga afirmar à advogada que a
nova gestão, agora comandada por Raquel Dodge, precisa construir com a
força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, com mais interlocução e controle do que
a anterior. Durante a conversa, Madruga teria criticado Janot por deixar a
força-tarefa muito solta e ainda questionado o papel de Pelella, que teria
participado intensamente das investigações e acordos da Lava Jato. O jornal
menciona ainda um relatório da Polícia Federal (PF) que transcreve mensagens do
grupo de WhatsApp em que Fernanda discutia as negociações dos acordos delação e
leniência da JBS e também com Miller. Em uma das conversas com Francisco de
Assis, advogado do grupo, ela diz que Pelella e o procurador Sérgio Bruno
sabiam de ao menos uma viagem de Miller para os Estados Unidos para tratar do
assunto. As mensagens são: Francisco de Assis: "Fernanda, ele precisa por
na mesa a leniência, a imunidade e as demais penas corporais e que eles têm que
assumir o protagonismo no DOJ conforme o Pelella assumiu o compromisso. Amanhã
a gente combina a agenda do Joesley com eles". Em resposta, Fernanda
disse: "Amanhã de manhã eu digo que o Marcello foi e que vai ligar. Lembra
que o Pelella disse que ficaria esperando uma ligação da Esther [Flesh,
advogada do mesmo escritório que Miller foi fazer parte após saída do
Ministério Público] antes de fazer contato com o DOJ? Essa ligação será do
Marcello. Eu disse que ele teria que falar hoje com o DOJ e disse que o
Marcello iria. Nessa hora achei estranho ele dizer que já tinha a informação de
que o Marcello iria". Fonte: BN – BAHIA NOTÍCIAS.