O pastor Silas Malafaia será investigado com maior
profundidade pela Procuradoria Geral da República por receber “vultuosos
recursos” de um dos principais investigados na Operação Timóteo. Segundo o
jornal O Globo, a Procuradoria, em um documento sigiloso, pediu ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ) o aprofundamento das investigações contra o pastor. A
defesa de Malafaia havia pedido no STF anulação do indiciamento do pastor e que
as investigações fossem arquivadas. A PGR emitiu um parecer contrário ao
arquivamento. Malafia começou a ser investigado na operação após a Polícia
Federal rastrear um cheque de R$ 100 mil doado ao pastor pelo advogado Jader
Pazinato, acusado de desviar royalties da mineração e pagar propina a agentes
públicos. Malafaia afirmou na época que o pagamento era uma doação, por ter
orado pelo pastor e este ter sido abençoado. O pagamento é indício de um
suposto esquema para lavar dinheiro de organização criminosa. A investigação
foi remetida pelo STJ em janeiro de 2017, após suspeita de que os envolvidos
fizeram pagamento a familiares de um conselheiro do Tribunal de Contas dos
Municípios do Pará, Aloísio Chaves. Aloísio possui foro por prerrogativa de
função. A Procuradoria quer a conclusão das investigações para elucidar os
motivos do repasse de dinheiro ao pastor através do advogado. A defesa de
Malafaia afirma que ele não sabia da origem do dinheiro. O caso é relatado pelo
ministro Raul Araújo no STJ. Em fevereiro de 2017, a PGR pediu desmembramento
do inquérito para manter no STJ somente o envolvimento do conselheiro do TCM do
Pará. As demais investigações serão remetidas para o Tribunal Regional Federal
da 1ª Região (TRF-1). O desmembramento ainda não ocorreu. Malafaia já chegou a
figurar como um dos pastores mais ricos do Brasil pela Revista Forbes. Em 2013,
o patrimônio do pastor era de US$ 150 milhões. Na época, ele rebateu a revista
e disse que era de apenas R$ 6 milhões. Em depoimento, o pastor disse ter um
rendimento mensal de R$ 100 mil, por ser pastor, conferencista, escritor de
livros e dono de uma editora de livros gospel. Entre os imóveis, o pastor tem
quatro casas no Rio de Janeiro e um apartamento em Boca Raton, na Flórida, nos
Estados Unidos. A defesa de Malafaia diz que a investigação causou um grave
dano na imagem do pastor, que este sofre "constrangimento de ter que
explicar o ocorrido" e ao fato de ser ver "exposto de forma negativa
à opinião pública". Fonte: BN – Bahia Notícias.