O Ministério
Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ajuizou nesta quarta-feira (11) ação civil
pública por improbidade administrativa contra o prefeito Marcelo Crivella
(PRB). Ele é acusado de ter ferido a laicidade do Estado em nove oportunidades
desde que assumiu o mandato, em janeiro de 2017.
A Promotoria pede que o
prefeito seja intimado a não atuar em favor apenas de evangélicos e pede o
afastamento do mandato caso novo episódio do tipo se repita.
A ação foi proposta na
véspera da análise de dois pedidos de impeachment contra Crivella na Câmara
Municipal pelo mesmo motivo. Os vereadores se reúnem na tarde desta
quinta-feira (12) para avaliar o caso.
Os casos listados pelo
Ministério Público, além da reunião com pastores no Palácio da Cidade, são: 1)
eventos da Igreja Universal em escolas públicas, com ampla divulgação da marca
da denominação; 2) dois censos religiosos, entre agentes da Guarda Municipal e
de usuários das academias "Rio ao ar livre"; 3) cessão gratuita da
Cidade das Artes ao Festival de Cinema Cristão, a pedido da primeira-dama Sylvia
Jane; 4) corte no apoio de eventos religiosos de matrizes africanas; 5) cessão
gratuita do Sambódromo para a "Vígilia do resgate", promovido pela
Igreja Universal; 6) concessão de títulos de utilidade pública a igrejas
evangélicas; 7) decreto que submetia ao prefeito a possibilidade de restringir
eventos.
"A controvérsia, por
óbvio, não se cinge na religião professada pelo prefeito, mas, sim, na
interferência do poder público na vida privada das pessoas e na utilização da
máquina pública para benefício de determinado segmento religioso, e em eventual
discriminação contra os outros, o que não pode e nem deve ser admitido",
diz a ação distribuída para a 7ª Vara de Fazenda Pública.
Bispo licenciado da Igreja Universal,
Crivella é acusado de oferecer ajuda para encaminhar fiéis a cirurgias e para
agilizar processos de isenção da cobrança de IPTU das igrejas em reunião no
Palácio da Cidade, uma das sedes da prefeitura.
O prefeito nega
favorecimento e diz que teve apenas o objetivo de prestar contas de sua gestão
e apresentar aos presentes programas sociais da prefeitura.
Crivella não se manifestou
sobre a ação civil pública até a publicação desta matéria. Com informações da
Folhapress. Fonte: Notícias ao Minuto.
OPINIÃO DO BLOG: Pelo visto, o bispo Crivella tem administrado a prefeitura do Rio de Janeiro apenas para os evangélicos da cidade, quando se trata de liberar benefícios na saúde ou pagamento de IPTU, conforme denunciou um vereador que teve acesso a gravações da reunião que fora feita com os religiosos simpatizantes da sua fé.
E outras denúncias já existiam antes, pelo que vieram a fortalecer o Ministério Público a tomar uma decisão e recomendação para apreciação a partir de então à gestão do prefeito Marcelo Crivella.
Imaginem se os prefeitos e governadores deste país tratassem apenas de beneficiar pessoas de uma determinada agremiação desportiva, simpatizantes de uma única religião ou de ideologia política, etc.
Mas, na hora de ser votado, o político quer o sufrágio de todos indistintamente. Depois, a prática é outra e muito destoante do que pregara e anunciara como plataforma política.
E o prefeito conseguiu articular direitinho hoje com os vereadores do seu município, conseguindo reverter a possibilidade de ter o seu mandato perdido por conta da reunião a portas fechadas com evangélicos do Rio, como se o restante da população não tivesse nenhum valor humano.
Aprendeu muito rápido o prefeito Crivella as artimanhas para celebrar conchavos que lhe garantam se manter no poder, ainda que praticando erros e absurdos como esse de desconhecer que o Estado (município também) é laico.