Para a nossa geração, o
historiador Cleodon Coelho, deixa-nos dito que a primeira festa em
que se homenageou a padroeira Nossa Senhora da Luz, teria ocorrido em 1901 e no
largo da igreja matriz, atual catedral, sendo muito prestigiada pela sociedade
local e pessoas da região. Após a novena, os católicos se retiravam da igreja e
se dirigiam ao adro da matriz, ornamentado por cordões embandeirados e
estendidos paralelamente, sobre as cabeças da multidão posicionada em área
iluminada por luz de carbureto.
Lembra-nos Cleodon, ainda, que no largo da matriz “via-se ainda um jardim com
vários canteiros regados por uma fonte artificial e no centro um coreto para a
banda de música executar as retretas”.
Diz-nos ainda que ao padre Maranhão, auxiliado pelo padre Walfredo, apoiado pelos
seminaristas Matias Freire e João Milanez, coube oficiar a celebração desse
dia, cuja missa fora cantada.
Ao passar dos anos, o
largo da matriz foi ocupado por multidões que após as novenas, podiam
participar do pavilhão erguido em homenagem à Virgem da Luz, padroeira da nossa
terra e hoje também da nossa Diocese. Ali, se apresentavam importantes orquestras
e cantores excelentes recepcionando a sociedade local e de municípios vizinhos.
Em várias oportunidades, cantores desta gleba como Lula Bolinha, Carlos Tejo e
tantos outros, embalaram sonhos juvenis de casais enamorados.
Comércio e proprietários
rurais, doavam dinheiro, caprinos e bovinos, para que ao final, o lucro
arrecadado nos leilões fosse repassado ao pároco que o utilizava em assistência
social, ampliação de escolas ou em reformas da nossa bela igreja.
Em outras oportunidades, evoluindo o tempo, os parques Xangai
(Recife), Brasil e São Luiz, esse de Luiz do Parque, sempre estavam quer no
espaço que ainda lhes sobrassem no adro da igreja ou instalados nas
proximidades, fazendo a alegria da criançada e juventude. Carrossel, onda, juju, roda gigante, aviões
e outras diversões gozavam da preferência infanto-juvenil da época.
A urbe era tomada por
um entusiasmo muito forte, chegada a ocasião do reencontro de familiares, amigos
e simples conhecidos. Era hora de rever a cidade onde se nasceu, conferir costumes
aqui deixados e se fazer melhor informado das ocorrências sociais e das
transformações administrativas ocorridas. Era o momento do reencontro depois de
um ou mais anos fora de Guarabira, esse berço tão amado. Era o momento da festa tradicional da Luz.
Desde quarta-feira, 23,
o nosso bispo Dom Aldemiro Sena proporcionou a abertura religiosa de mais uma
Festa da Luz, com missa solene de abertura do evento, após belíssima carreata conduzindo
a imagem de nossa padroeira pelas ruas centrais da cidade, desde a igreja matriz
de Santo Antonio até a catedral.
Diariamente, após a novena,
acontece grande quermesse no adro da catedral, cujas barracas de comidas
típicas recebem visitantes de todos os recantos da cidade e de outros
municípios, buscando pratos que satisfaçam seu paladar, ouvindo boa música e se
divertindo nos bingos e sorteios que lhes proporcionam valiosos brindes.
Continuemos na festa religiosa de Nossa Senhora da Luz. A catedral o espera e os guarabirenses, também.