Preso
pela Polícia Federal em seu apartamento de R$ 40 milhões, Alexandre Baldy
participou do show de horrores de 2016 com uma bandeira presa às costas e um
colar verde-amarelo: "Em nome de Deus, dos meus filhos e para limpar o
Brasil de mazelas".
Preso ontem no bojo de investigação que apura roubalheira de dinheiro
público na Saúde, o ex-deputado federal Alexandre Baldy, secretário de João
Doria, foi um dos parlamentares que votaram ‘contra a corrupção de Dilma
Rousseff’
No apartamento de 40 milhões de reais onde Baldy mora, a polícia
encontrou um cofre com dinheiro vivo.
Em abril de 2016, naquele show de horrores, com a bandeira de Goiás
presa às costas e colar verde e amarelo, Sua Excelência, chamada por Eduardo
Cunha, disse:
“Agradeço a Deus por ter
oportunidade de ajudar o meu povo a limpar este país de mazelas, corrupção e
malfeitos. Pela minha esposa, pelo meu filho e minha filha. Por toda minha
família e por toda esta nação, pela minha cidade que me acolheu, Anápolis,
Goiás e Brasil, o meu voto, presidente, é sim”.
Filho de procurador de Justiça, Baldy é, ostensivamente, um homem rico,
mas, embora jovem, sempre teve atuação do setor público.
Hoje tem 40 anos e uma longa trajetória como político. Foi secretário da
Indústria e Comércio do governo Marconi Perillo, que foi preso em 2018 sob
acusação de receber propina de R$ 12 milhões da Odebrecht.
Depois do voto pelo impeachment de
Dilma, ele se tornou ministro das Cidades, no governo de Michel Temer, outro
que chegou a ser preso por corrupção.
Agora responde pela Secretaria de
Transportes Metropolitanos no governo Doria, que tem sob seu controle o Metrô e
a CPTM, empresas públicas já envolvidas em escândalos de corrupção para
financiar o PSDB e também para enriquecer agentes públicos.
A pergunta é: Doria não tinha nenhum
outro quadro para nomear em cargo tão importante do Estado?
O que faz de Baldy um político tão
especial, com atuação eclética, que vai da saúde ao transporte público?
A investigação, se conduzida sem
viés político, pode responder.
Doria decidiu manter o político
preso como seu secretário e, em certo sentido, agora ele faz companhia a
Gilberto Kassab, outro que foi denunciado por corrupção e se manteve como
secretário de Doria, embora licenciado.
Doria se elegeu prefeito de São
Paulo e depois governador com o discurso anticorrupção, mas, como todo político
que ascendeu nestes anos mais recentes, a questão da moralidade pública é só um
argumento retórico, usado para derrubar, em “nome de Deus, da nação e da
família”, uma presidente sem nenhum mácula pessoal nessa lama.
Fonte: Portal PRAGMATISMO
POLÍTICO.
OPINIÃO DO BLOG: Sem intenção de
comentar como revanchismo, a prisão do ex-deputado Alexandre Baldy, é
necessário lembrar que nenhuma pessoa em sã consciência deveria dizer de si,
ter certeza de nunca caminhar sob sombras ou jamais enveredar pelo caminho da
ilegalidade, da imoralidade ou da indecência. Todo aquele que se enche da certeza de que é
um elemento extremamente correto e infalível, precisa antes de tudo pensar bem,
pois a caminhada de vida pode ser muito longa e nas curvas pode a maldade e a
indecência estar escondidas.
Pois é, aquele que se encheu de orgulho
na hora de proferir seu voto pessoal pela cassação de Dilma, que não soube ponderar
a sua declaração de voto contra ela, que não teve sobriedade no uso das
palavras julgadoras da ex-presidenta, está hoje enrolado por ser o responsável
direto pela Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo e que, segundo
as autoridades investigadoras, é um órgão que apresenta indícios muito
significativos de corrupção. E na ocasião, os agentes encontraram muito
dinheiro no cofre do ex-deputado Baudy.
A soberba e a arrogância existem e são
usadas por incautos, entretanto, jamais serão bandeira vitoriosa.
