quinta-feira, 29 de setembro de 2022

REVOLTA DO QUEBRA-QUILOS

 

Ficou conhecida pelo nome de Revolta do Quebra-Quilos o movimento popular iniciado na Paraíba, a 31 de outubro de 1874, e que se opunha às mudanças introduzidas pelos novos padrões de pesos e medidas do sistema internacional, recém introduzidas no Brasil. Praticamente sem uma unidade e sem liderança, a revolta logo se alastrou por outras vilas e povoados da Paraíba, estendendo-se a Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas.

A denominação de quebra-quilos teria surgido na cidade do Rio de Janeiro, quando elementos populares invadiram casas comerciais que haviam começado a utilizar o novo sistema de pesos e medidas, e aos gritos de "Quebra os quilos! Quebra os quilos", depredavam tais estabelecimentos. A expressão começou a ser utilizada indiscriminadamente para se referir a todos os participantes dos movimentos de contestação ao governo com relação ao recrutamento militar, à cobrança de impostos e à adoção do sistema métrico decimal.

No entendimento supersticioso da gente do nordeste rural, o metro e o peso, tornados válidos por decreto imperial em 1872, consistiam em representações do demônio, e a tentativa de adotá-los criou entre o povo a ideia que estavam sendo enganados pelos comerciantes e poderosos. Os revoltosos, sentindo-se ofendidos em seus sentimentos deixavam extravasar suas queixas e partiam para os povoados e se apoderavam das "medidas", quebrando-as e lançando-as no rio.

Tudo tem início, ao que se sabe, com o popular João Carga D’água, vendedor de rapadura, que liderando um grupo, resolveu invadir a feira do povoado de Fagundes, próximo a Campina Grande, e quebrar as medidas usadas pelos feirantes e fornecidas pelo governo. Assim, toma corpo a revolta, com incidentes semelhantes se repetindo em várias áreas do nordeste. Eram escolhidos os dias de feira para os ataques populares porque era nessa ocasião que as autoridades costumavam cobrar os impostos municipais. Destacaram-se em meio aos revoltosos os nomes de João Vieira Manuel de Barros Souza e Alexandre Viveiros.

Como resultado, o governo imperial enviou forças militares para conter os distúrbios. A repressão que se seguiu foi violenta, com prisões em massa. Somente em janeiro de 1875 as autoridades provinciais conseguiram sufocar as manifestações populares nas quatro províncias nordestinas. Uma das práticas repressivas comum empregada no castigo aos acusados de serem quebra-quilos foi o chamado colete de couro, que consistia num pedaço de couro cru colocado sobre o tórax e as costas do prisioneiro. Em seguida, esse couro era molhado e, ao secar, este comprimia o peito violentamente, causando lesões cardíacas e tuberculose como sequelas.DA SILVA, Faustino Emílio. Quebra Quilos. MAURER JR, Orides. A Revolta do Quebra-Quilos (1874-1875)


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

QUEIMA DE LIVROS DE PAULO COELHO REPRESENTA UM ‘SÍMBOLO DE HORROR’, DIZ  ABL


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Academia Brasileira de Letras divulgou nesta quinta uma nota de repúdio à queima de livros de Paulo Coelho, escritor que faz parte da instituição.

Nos últimos dias, circularam nas redes sociais dois vídeos de pessoas queimando edições de "O Alquimista" e "Veronika Decide Morrer" em reação ao posicionamento político do autor, contrário ao presidente Jair Bolsonaro.


"Dar fogo aos livros traduz um símbolo de horror", diz o comunicado. "Evoca um passado de trevas. Como esquecer a destruição das bibliotecas de Alexandria e Sarajevo, os crimes de Savonarola e as práticas do nacional-socialismo?"


"A linguagem do ódio é redundante e perigosa. Devemos promover, sem hesitação, os marcos civilizatórios e a cultura da tolerância", acrescenta a nota.


Num dos vídeos, um casal de idosos rasga páginas de uma obra de Coelho enquanto ofende o escritor. "Já é o décimo livro dele que eu estou queimando. É um traíra, um sabotador", diz a mulher. "É um lesa-pátria", diz seu marido.

"Seu vagabundo, por que você não vai para Cuba, Venezuela", completa a pessoa, aparentemente mais jovem, que está filmando os idosos.


O próprio escritor retuitou o vídeo, com comentário irônico sobre a postagem que dizia que sua obra foi "desmonetizada". "Não. Primeiro compraram, depois queimaram. E o bigodinho do cara não deixa esconder a origem da ideia."


Ele já havia, dias antes, retuitado outro vídeo de um homem queimando "O Alquimista" em um balde, com o comentário "Bücherverbrennung à la tupiniquim", ou livros queimando, traduzindo do alemão, à la tupiniquim.

Fonte: Portal NOTÍCIAS AO MINUTO.



 

DEPUTADO SUGERE A MÁRIO FRIAS ‘TOMBAMENTO’ DO CÉU DE CIDADE MINEIRA PELO IPHAN



Um deputado intercedeu, junto ao secretário Especial da Cultura, Mario Frias, sugerindo que o céu de uma cidade do interior de Minas Gerais seja tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

De acordo com informações da coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, deputado Newton Cardoso Jr (MDB-MG) quer que o céu do município de Senador Amaral ganhe o título de "paisagem cultural brasileira", o mesmo conferido ao Rio de Janeiro por um conjunto de belezas naturais como o Pão de Açúcar, o Corcovado e a Floresta da Tijuca.

Para pleitear o tombamento, o deputado mineiro alega que por ser o segundo município brasileiro em altitude, Senador Amaral merece o título, graças à visão privilegiada. Segundo a coluna, a tentativa não deve ter êxito, assim como uma proposta semelhantes a respeito do céu de Brasília, pois, o Iphan explica que a chancela não pode ser concedida isoladamente a uma “porção natural”.

Fonte: BN – Portal BAHIA NOTÍCIAS.


sexta-feira, 25 de setembro de 2020

ONYX É ACUSADO DE GRAVAR DEPUTADOS

 


No livro, Mandetta acusa o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, do que ele chamou de "pecado mortal" na política. Mandetta afirma que, em 2016, quando Onyx era deputado e relator das "10 medidas contra a corrupção", ele lhe confessou ter gravado parlamentares durante uma reunião na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Segundo Mandetta, na ocasião Onyx era pressionado por parlamentares para alterar o texto original, proposto por procuradores da Lava Jato - e era este o teor das conversas supostamente gravadas.

Mandetta escreveu que Onyx lhe mostrou a gravação e fez ameaças aos parlamentares de que, se a pressão continuasse, iria vazá-la para a imprensa. Procurado, Onyx não respondeu.

(As informações são do jornal O Estado de S. Paulo).

Fonte: Portal NOTÍCIAS AO MINUTO. 

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

MATA ATLÂNTICA: MPs DEFLAGRAM OPERAÇÃO NA BA E MAIS 16 ESTADOS PARA COIBIR DESMATAMENTO



 

Ministérios Públicos estaduais de 17 estados deram início nesta segunda-feira (21), à quarta edição da "Operação Mata Atlântica em Pé". A ação tem como objetivo coibir o desmatamento e proteger as regiões de floresta que integram o bioma da Mata Atlântica. A operação utiliza a tecnologia como aliada. Desde a primeira edição já usa Atlas da Mata Atlântica, sistema que monitora a situação do desmatamento em todos os municípios do bioma, realizado pela organização não governamental SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, com uso de imagens de satélite. Neste ano, será utilizada também a Plataforma MapBiomas Alerta, um programa de alertas e emissão de relatórios de constatação de desmatamento que usa tecnologias de monitoramento e tratamento de dados desenvolvido pelo projeto MapBiomas, iniciativa multi-institucional que soma universidades, empresas de tecnologia e organizações não governamentais que realizam o mapeamento anual da cobertura e uso do solo no Brasil. Essa nova ferramenta possibilita a obtenção de imagens de satélite em alta resolução para a constatação de desmatamentos recentes, e sua utilização foi viabilizada por termos de cooperação diretos de alguns MPs e, em âmbito nacional, pela parceria da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), que tem termo de cooperação para o uso do MapBiomas Alerta.

         A operação reúne diversas instituições. Na Bahia, além do MP, participam os institutos Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), e a Polícia Militar. As atividades serão desenvolvidas nas regiões da Costa das Baleias, Costa do Descobrimento e Litoral Norte. Segundo o promotor de Justiça Fábio Fernandes, o intuito é identificar e responsabilizar adequadamente os infratores por supressões indevidas de vegetação.

         O Ministério Público do Paraná é quem coordena a operação em âmbito nacional, por meio do promotor de Justiça Alexandre Gaio, que atua no Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo do MPPR. O final das atividades está previsto para o dia 1º de outubro, com apresentação dos resultados no dia seguinte. 

         Na edição do ano passado foram vistoriadas 559 áreas, constatando-se mais de 5,4 mil hectares desmatados sem autorização dos órgãos públicos, o que resultou na aplicação de R$ 25 milhões em multas.

Participam da operação os MPs de todos os estados brasileiros que abrigam o bioma da Mata Atlântica: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. O bioma ocupa uma área de 1.110.182 Km², equivalente a 13,04% do território nacional, e abriga diversas formações florestais (floresta ombrófila densa, floresta ombrófila aberta, floresta estacional semidecidual, floresta estacional decidual e floresta ombrófila mista, também denominada de Mata de Araucárias), além de ecossistemas associados (restingas, manguezais, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais).

Fonte: Portal BAHIA NOTÍCIAS.