terça-feira, 2 de outubro de 2012

NOVO LAUDO SOBRE A MORTE DE VLADIMIR HERZOG

Aprendi durante minha existência que nunca é tarde para se receber ações da Justiça dos homens, ainda que o tempo decorrido para elas cheguem, pareçam uma eternidade.


Desde segunda-feira, 24 de setembro, os telejornais do país divulgaram a notícia de que o registro de óbito do jornalista, professor e dramaturgo Vladimir Herzog, naturalizado brasileiro, ativista dos movimentos contra a ditadura militar imposta ao Brasil em 1964, seria modificado para apresentar definitivamente a verdadeira causa da sua morte, ocorrida em 1975.


Vladimir morreu nas dependências internas do II Exército de São Paulo (DOI-CODI) depois de muito torturado em interrogatórios, coisa muito comum nos tempos da ditadura militar brasileira, porém, quando do fornecimento do laudo necroscópico e do atestado de óbito, a causa da morte teria sido suicídio por “asfixia mecânica”, ou enforcamento. E, curiosamente, à época, foi exposta uma fotografia de Herzog pendurado por uma corda presa ao pescoço, numa sala, onde supostamente teria cometido o ato.

Até hoje, a família de Herzog nunca se conformou com a explicação oficial dada à morte do jornalista (asfixia mecânica ou enforcamento), conforme quiseram fazê-la verídica as autoridades de então, pelo que contestando firmemente, se valeu da Comissão Nacional da Verdade que fez chegar á Justiça paulista em 30 de agosto, o documento de óbito para a devida retificação.  

Para melhor fundamentação, a Comissão enviou também à Justiça, cópia da sentença declaratória e de acórdãos em tribunais que mantiveram a sentença de 1978 que não havia prova alguma de que Herzog se suicidara.

A retificação da Certidão de Óbito do jornalista Vladimir Herzog, deverá conter a expressão “lesões e maus tratos” em lugar de asfixia mecânica como teriam mencionado os representantes da ditadura militar.