Após acusações iniciais do governo de Barack Obama ao
envolvimento da Rússia de Vladimir Putin na queda do avião, autoridades
norte-americanas disseram em condição de anonimato que "a explicação mais
plausível" para o fato de os separatistas terem disparado um míssil
terra-ar SA-11 é de que confundiram com outro tipo de aeronave; "Cinco
dias após a queda, parece que foi por engano".
WASHINGTON
(Reuters) - O
governo dos Estados Unidos acredita que separatistas pró-Rússia provavelmente
derrubaram o avião da Malaysia Airlines "por engano", sem perceber
que se tratava de um voo comercial de passageiros, disseram autoridades de
inteligência norte-americanas nesta terça-feira.
Falando
sob condição de anonimato, as autoridades disseram que "a explicação mais
plausível" para o fato de os separatistas terem disparado o que os EUA
acreditam ser um míssil terra-ar SA-11 de fabricação russa contra o voo MH17 é
de que confundiram com outro tipo de aeronave.
"Cinco
dias após a queda, parece que foi por engano", disse uma das autoridades
em declaração a repórteres.
As
autoridades afirmaram que a conclusão delas foi sustentada por conversas
interceptadas de separatistas pró-russos conhecidos, cujas vozes foram
verificadas por agências norte-americanas.
Os
interlocutores inicialmente se gabaram sobre a derrubada de um avião de
transporte, mas depois reconheceram que poderiam ter cometido um erro, disseram
os funcionários.
A
queda na semana passada da aeronave, que operava o voo MH17, matou todas as 298
pessoas a bordo, aprofundando acentuadamente a crise ucraniana.
Homens
armados separatistas no leste da Ucrânia, uma região onde a maioria da
população fala russo, têm combatido forças do governo desde que manifestantes
pró-Ocidente em Kiev derrubaram o presidente aliado de Moscou e a Rússia anexou
a Crimeia em março.
O
governo do presidente dos EUA, Barack Obama, disse estar convencido de que o
voo MH17 foi derrubado na quinta-feira por um míssil SA-11 disparado do
território no leste da Ucrânia controlado por separatistas pró-Rússia.
A
administração disse ainda que a avaliação foi comprovada por dados e
informações não especificados e por postagens amplas em mídias sociais, tanto
pelo governo ucraniano e como pelos separatistas.
As
autoridades de inteligência afirmaram nesta terça-feira que tinham relatos de
que dezenas de aviões foram alvejados em áreas controladas pelos separatistas
durante dois meses de combates entre as forças governamentais e rebeldes
ucranianos. Dois deles eram grandes aviões de transporte, disseram os funcionários.
Um
deles afirmou que até o avião da Malaysia Airlines ser atingido, a maioria, se
não todos os aviões que foram alvos, voava a baixa altitude.
Autoridades
disseram que os EUA não sabiam que os separatistas tinham a posse ou o controle
de sistemas de mísseis SA-11 até o ataque contra o avião malaio.
Líderes
separatistas negaram ter derrubado o avião da Malaysia Airlines, e a Rússia
rejeitou qualquer envolvimento no incidente, sugerindo que o governo ucraniano
era o responsável.
(Reportagem
de Mark Hosenball)
Fonte: Portal Brasil 247