Cantores
Paulo Brasil, Renata Arruda, Maria Juliana, Erick von Sohsten e a banda de
pop-rock Limousine 58 farão participações especiais.
João Pessoa completa
nesta terça-feira (5), 429 de existência e para comemorar o aniversário da
terceira cidade mais antiga do Brasil foi preparada uma programação especial.
Nesta noite, a partir das 20 no Ponto de Cem Reis, os pessoenses poderão
celebrar o aniversário da cidade ao som da banda mais antiga da Capital, 5 de
Agosto.
Os cantores Paulo Brasil, Renata Arruda, Maria Juliana, Erick von Sohsten e a banda de pop-rock Limousine 58 farão participações especiais. Na ocasião, a Banda 5 de Agosto tocará “Recordação de Nazareth” (Levino Ferreira), o primeiro dobrado que executou em 1964.
Os cantores Paulo Brasil, Renata Arruda, Maria Juliana, Erick von Sohsten e a banda de pop-rock Limousine 58 farão participações especiais. Na ocasião, a Banda 5 de Agosto tocará “Recordação de Nazareth” (Levino Ferreira), o primeiro dobrado que executou em 1964.
Criada em maio de
1964, início dos anos de chumbo no Brasil, pelo prefeito Domingos Mendonça Neto
(mas oficializada apenas cinco meses depois), a “bandinha”, como carinhosamente
é conhecida pelos veteranos que participaram da sua fundação, nunca perdeu a
sua aura oficial, apesar da versatilidade com que se desdobrava na execução de
peças clássicas e românticas de Mozart, Villa-Lobos e Beethoven – e não apenas
das marchinhas e dobrados com o que é mais conhecida pelo grande público.
“A dificuldade
inicial podia se resumir a tudo”, lembrou o regente titular, Adelson Machado,
quando da formação da 5 de Agosto. Ia da falta de instrumentistas à falta do
próprio instrumento: “Tocávamos com o que tínhamos”. Adelson, hoje com 76 anos,
é o único remanescente da fundação.
Apenas 25 heróis
compunham o primeiro quadro, alguns vivendo numa espécie de “clandestinidade”
defendida à custa do amor à arte, visto que a banda só admitia militares
reformados – situação que só se resolveu por volta de 1966, com a inclusão dos
músicos da ativa e dos civis na folha de pagamento. “O salário era de Cr$ 28,
pago em parcelas semanais de sete cruzeiros”, recordou Adelson, à época
saxofonista e arranjador.
Em tempos de vista
grossa para quem saísse da linha, os não reformados podiam até tocar, contanto
que fora das ocasiões oficiais – e oportunidades não faltavam. Nesta era, os
bailes de carnaval nos Clubes Astréa e Cabo Branco atraíam grande público e
eram um chamariz ideal para a notoriedade da banda, que crescia soprada por
ventos favoráveis, quando a rádio ainda era a mídia mais popular, com programas
radiofônicos de grande audiência, e os aparelhos de TV, uma realidade distante
de boa parte das famílias brasileiras.
Festa das Neves – Na época, a maior atração popular de João
Pessoa era a Festa das Neves. “Era quando vestíamos a nossa melhor roupa para
ver a banda tocar no Pavilhão no Chá. A cidade vivia os acontecimentos sociais
num Centro Histórico fervilhante, com grandes festas e um comércio aquecido até
a década de 70”, lembrou Ednamay Cirilo, carnavalesca. A praia ainda era um
destino turístico aventureiro, feito por viagens de bonde.
“A Festa das Neves na
Avenida General Osório tomava dois finais de semana, com barraquinhas na
calçada e parque de diversões ao lado da Catedral – a roda-gigante era o
equipamento mais sofisticado da época. Quando cheguei do interior, em 1954,
João Pessoa era uma cidade linda, enfeitada por cinemas no Centro (o Rex, Plaza
e o Philipeia), e belos passeios ao redor da Lagoa. Foi amor à primeira vista”,
lembrou Adelson.
Fonte: Portal Correio