Hoje,
o Brasil homenageia todos os poetas que se dedicam ao cordel, e não são poucos
os que fazendo desses versos a sua profissão, encantam a crianças e adultos,
jovens e idosos, em qualquer parte deste território, principalmente nas cidades
interioranas dos estados nordestinos, destacadamente nos dias em que ocorrem as
chamadas feiras livres.
Não
é de agora e nem de ontem que a literatura de cordel é utilizada para alcançar
as pessoas dos mais diversos níveis sociais e culturais, levando-lhes em rima
informações diversas. Tem as suas origens no século XVI, nas terras de Portugal
e pelos seus filhos foi trazida ao Brasil no século XVII, fazendo-se presente de
forma acentuada na vida dos nordestinos, público que a abraçou imediatamente.
Livretos
de linguagem muito simples ganharam as feiras livres do Nordeste brasileiro e
adentraram os lares das cidades interioranas, pelo que vieram a consentir na
ideia da criação e fundação da ABLC – Academia Brasileira de Literatura de
Cordel, por Gonçalo Ferreira da Silva, ao final da década de 80, com sede
instalada na cidade do Rio de Janeiro.
Hoje,
universidades brasileiras se dedicam ao seu estudo e difusão, o que de certa
forma lhe dá maior credibilidade. Conforme Breno França, da USP,
“as capas dos
folhetos de cordel contém ilustrações em xilogravura. Devido às rimas, as
estrofes comumente são transformadas em músicas por violeiros que recitam e
cantam temas que abarcam desde folclore, política e religião até disputas,
milagres, a vida dos cangaceiros, morte de personalidades, entre outros que
habitam o imaginário popular.”
Que
neste dia, todos os poetas cordelistas se sintam abraçados pela grande maioria
dos nordestinos, e recebam uma palavra de reconhecimento de um país que ainda é
sedento de conhecimento e desenvolvimento cultural pleno.