“Eu realmente
sinto muito”, disse Hanning: ‘me envergonho de ter visto o errado acontecer e
nada ter feito para parar isso’.
Contra Hanning não há nenhuma prova de que ele
tenha participado diretamente de alguma morte. Ele é acusado de ter feito parte
do “funcionamento interno” do campo de Auschwitz, onde cerca de 1,1 milhão de
pessoas foram mortas, sendo a maioria judeus.
QUEM FOI REINHOL HANNING? Hanning
nasceu em 28 de dezembro de 1921, na cidade de Helpup, na Alemanha, e trabalhou
numa fábrica de bicicletas antes de se juntar ao Exército alemão, em 1940. Ele
entrou nas Waffen SS - a unidade de elite de Hitler - e acabou sendo
transferido para Auschwitz, na Polônia ocupada, em 1942, onde supervisionava a
chegada dos detentos.
Entre janeiro de 1943 e junho de 1944, Hanning
fez parte da “seleção” de detentos como guarda. A “seleção” era um processo
feito esporadicamente para selecionar quem iria trabalhar e quem seria enviado
às câmaras de gás. Durante o período em que Hanning esteve em Auschwitz, menos
25% dos que chegavam eram escolhidos para trabalhar.
Depois que o conflito acabou, o ex-guarda passou
um tempo como prisioneiro de guerra no Reino Unido antes de retornar à
Alemanha.
JULGAMENTOS. O processo contra
Hanning faz parte de uma nova estratégia da Justiça alemã de expandir o círculo
de responsáveis pelo Holocausto. Até 2009, a única forma de conseguir uma
condenação para ex-nazistas era provar, de fato, que o acusado tinha sido
responsável pela morte de uma vítima individual. Essa premissa foi alterada
após o julgamento do guarda do campo de extermínio de Sobibor, John Demjanjuk,
condenado a cinco anos de prisão por ter facilitado o assassinato de pessoas
devido ao seu trabalho no campo.
Outros três ex-guardas da SS, dois homens e uma
mulher, também deverão ser julgados nos próximos meses. Fonte: Opera Mundi.