A Polícia Federal instaurou 37 inquéritos em 25 Estados para
apurar a prática ilegal de locaute, quando a paralisação dos funcionários tem
iniciativa ou apoio das empresas. Segundo o ministro da Segurança Pública, Raul
Jungmann, mandados de prisão já foram expedidos, mas ele disse que não poderia
informar se já tinham sido cumpridos por uma questão de segurança. De acordo
com ele, os responsáveis estão sendo convocados para prestar
depoimentos. "Temos comprovado, seguramente, que essa paralisação por
caminhoneiros autônomos, em parte, teve desde seu início a promoção e o apoio
criminoso de proprietários e patrões de empresas transportadoras distribuidoras
e podem ter certeza que irão pagar por isso", afirmou o ministro, em
coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, na noite deste sábado, 26, após a
segunda reunião do gabinete de crise que acompanha a greve dos caminhoneiros,
que entrou no sexto dia, causando uma grave crise de abastecimento no País.
"Identificamos com a maior clareza movimento criminoso de parte dos
senhores proprietários donos de grandes empresas, que não permitem, não
engajam, não liberam os caminhoneiros. Pelo contrário, lhes dão apoio para
permanecer paralisados", afirmou. Para sufocar o movimento, o governo
Michel Temer buscou atuar em três frentes: a Polícia Rodoviária Federal (PRF)
entregará ao Ministério Público Federal relatório atualizado de todas as multas
aplicadas a caminhoneiros autuados nas estradas no processo de desobstrução; o
governo diz que também passou a aplicar multas de R$ 10 mil por dia para
caminhoneiros e R$ 100 mil por hora para empresas que continuarem resistindo na
greve; e atuação mais efetiva das Forças Armadas na liberação das rodovias,
principalmente das vias consideradas fundamentais para distribuição de combustíveis
e produtos essenciais, como hospitalares. Segundo Jungmann, a Polícia
Rodoviária Federal emitiu 400 autos de infração que ultrapassam R$ 2 milhões.
Essas multas só dizem respeito a infrações ao Código Brasileiro de Trânsito,
segundo a corporação. Não incluem as sanções permitidas pelo Supremo Tribunal
Federal (STF), que considerou a greve ilegal. Os ministros deram
entrevista à imprensa no Palácio do Planalto após reunião com o presidente da
República, Michel Temer, e com outros ministros integrantes do gabinete de
crise que avalia a greve dos caminhoneiros em todo o País. Mais cedo, Temer
assinou um decreto no qual permitiu ao governo assumir o controle de caminhões
para desobstruir as rodovias. A medida, chamada de requisição de bens, já havia
sido anunciada pelo governo na sexta-feira, mas, só seria tomada se houvesse
necessidade. Pelo menos 800 motoristas das classes D e E do Exército, da
Marinha e da Aeronáutica estão de prontidão em todo o País para serem
empregados, caso haja necessidade. Mas este é considerado um último recursos
pelo governo. Esses motoristas têm habilitação para dirigir inclusive a chamada
carga sensível. Fonte:
BN – Bahia Notícias.