Um relatório elaborado por Sabiniano Maia, em dezembro de 1938 e encaminhado ao interventor da Paraíba do Norte, Argemiro de Figueiredo, prestando contas da sua administração enquanto prefeito de Guarabira, desde 7 de dezembro do ano anterior, anuncia que tínhamos neste município, independente da inclusão dos então distritos de Alagoinha, Araçagí, Cuitegí, Mulungu e Pirpirituba, 17 engenhos produtores de rapadura e aguardente, movidos a animal, vapor e motor. Nesses 70 anos, o município evoluiu de forma significativa haja vista as áreas rurais estarem ligadas entre si e à sede do município por estradas vicinais de ótima qualidade, sistema de telefonia, energia elétrica e rodovias estaduais asfaltadas, facilitando às classes produtoras em geral, o escoamento total da produção. Durante esse período, surgiram algumas usinas como a Tanques (Alagoa Grande), São Francisco (Pirpirituba) e Santa Maria (Areia) produzindo açúcar e álcool, pelo que compravam antes da sua falência definitiva pelas mais variadas razões, grande parte da produção excedente de cana de açúcar dos nossos senhores de engenhos.
Apesar desses fatores importantíssimos para o crescimento econômico da zona rural, nesses 70 anos, quase todos os engenhos “apagaram o fogo”, restando apenas 04 em funcionamento e produzindo aguardente de cana.
Os engenhos nem sempre foram edificados longe das cidades. Em Guarabira, o engenho Juá pertencente a Joaquim Braz Pereira, estava localizado no final do bairro que lhe deu o nome, tendo sido paralisadas as suas atividades produtoras na década de 1950. Quem vai à Vila Nossa Senhora Aparecida ou à AMECC – Associação dos Menores com Cristo, pode ver a antiga casa grande de Joaquim Braz, completamente reformada e abrigando alguns dos seus descendentes.
Atualmente, dos 04 engenhos trabalhando na produção de aguardente de cana, dois a produzem a granel, sendo vendida em recipientes como garrafões, tonéis, barris e litros, sem nenhum rótulo de identificação. Ambos estão na região de Itamatay: o engenho Santo Antonio, de propriedade de Robson Paulino, à margem esquerda da rodovia estadual PB-073, sentido Guarabira/Pirpirituba e o engenho Itamatay, produtor de cachaça de cabeça, desde o seu antigo proprietário, João Abílio. É uma das mais vendidas por ser fabricada ainda hoje nos mesmos moldes de Abílio: pura e de boa qualidade. Isso faz com que engenho seja muito procurado por médicos, engenheiros, políticos, advogados, empresários e pessoas de melhor poder aquisitivo, comprando-a em garrafões de 5 litros e similares. Com o falecimento de João Abílio, o empreendimento é conduzido pelo filho Juarez Abílio. Está situado à margem direita da rodovia estadual PB-073, no sentido Guarabira/Pirpirituba.
O engenho Palmeira, é produtor da cachaça MARIBONDO (nacional e exportação), sendo engarrafada nas suas próprias dependências. Esse engenho centenário, é administrado pelo proprietário Roberto Lemos e se localiza na zona rural de Itamatay, à margem esquerda da rodovia estadual PB-073, no sentido Guarabira/Pirpirituba.
Finalmente, encontramos o engenho Serra da Jurema, na localidade desse mesmo nome, próximo à torre da EMBRATEL e Memorial Frei Damião. Os seus canaviais são cercados por enorme sítio produtor de frutas e resquícios de Mata Atlântica. É administrado pelo proprietário Raimundo Paulino, produzindo e engarrafando as aguardentes PINGA DO NORTE E JUREMINHA, sendo esta última nacional e exportação. Está localizado à margem esquerda da rodovia estadual PB-073, no sentido Guarabira/Pirpirituba.