domingo, 3 de maio de 2009

CANUDOS E O BEATO CONSELHEIRO

Com área de 2.984 km², o município baiano de Canudos, localizado no Polígono das Secas e no Vale do rio Vaza-Barris, é peça importante da História do nosso Nordeste. O seu nome deveu-se à fazenda Canudos, no século XVIII. A chegada de Antonio Maciel, em 1893, muda-lhe o nome para Belo Monte. O exército imperial destruiu o povoado de Canudos entre 1896-97, quando matou a todos os seguidores de Conselheiro e destruiu completamente o lugar com população entre 17 e 25 mil habitantes.

Canudos ressurge em 1910, e em 1940, o presidente Getúlio Vargas decidiu construir sobre um açude sobre a cidade. Em 1969, desapareceu sob as águas e muitos dos seus moradores foram residir em local a cerca de vinte quilômetros, no local chamado Cocorobó, que recebeu o nome de Canudos. Assim, ressurgiu três vezes.

Antonio Maciel, abandonado pela esposa que fugira com outro, perambulou pelo interior do Nordeste, principalmente do Ceará, ganhando a vida na restauração e construção de cemitérios, igrejas e capelas. Conhecendo padre Ibiapina, fazedor de muitas caridades, foi por ele fortemente influenciado e se aproximou dos que pobres a quem dava muitos conselhos e por isso foi apelidado de Conselheiro.

À medida que o seu prestígio aumentava perante os mais humildes, o dos padres diminuía e causou fortes reações do clero. Já os latifundiários também eram prejudicados porque os seus empregados abandonavam e seguiam o beato em suas pregações pelos sertões.

Acusado do assassinato da esposa, Antonio Conselheiro foi preso em 1876, no arraial de Bom Jesus e conduzido ao Ceará onde foi julgado e inocentado. Com a sua liberdade, teve o prestígio aumentado perante junto aos seus seguidores que o tinham como beato mártir.

A prosperidade de Canudos incomodou as autoridades políticas e religiosas locais, que sempre buscaram uma forma de neutralizar a liderança de Conselheiro. Em 1896, a compra de madeira em Juazeiro, levou a polícia baiana a investir contra os seus adeptos. Derrotados os policiais, surge a Guerra dos Canudos, de proporções indiscutíveis. O exército fez várias investidas ao arraial, conseguindo destruindo e dizimando a sua população, em 5 de outubro de 1897, não conseguindo prender Antonio Conselheiro que morrera há alguns dias, vítima de infecção intestinal.