CAPELA DE SÃO PEDRO (Século XIX)

Conta-nos João Fernandes Pereira, popularmente conhecido como Dão, residente na cidade de Itapetim, Sertão do Pajeú pernambucano, que no município de São José do Egito, vizinho ao seu, num certo dia, um vaqueiro adentrou o mato procurando uma vaca que se desgarrara. Depois de algum tempo no matagal, o vaqueiro encontrou uma grande capela muito bonita e com a porta principal aberta. Aproximando-se, viu que a vaca estava no seu interior e também havia uma pessoa a quem pediu que a tangesse para poder laçá-la à saída. Como a pessoa continuou calada e nem se mexeu, o vaqueiro entrou na capela para tirar a rês e ficou surpreso quando descobriu que não era um ser humano que ali se achava, mas uma estátua de São Pedro, de tamanho natural.

Devido a isso, o lugar passou a denominar-se Sítio São Pedro e se observou ao longo do tempo que havia também um cemitério nas suas imediações, além de alguns túmulos erguidos no jardim da capela.

O piso da capela é de ladrilho de tijolo quadriculado e as paredes são muito grossas e construídas de pedra e barro. Um dos pedreiros que trabalhou na conservação do prédio, conta que encontrou em vários pontos do piso, restos mortais, cujos ossos de pernas, indicavam que os seus donos eram de alta estatura. Nas mãos de força que sustentam as linhas do telhado, são encontradas algumas inscrições, numa das quais surge muito legível, a data de 1860 e a frase “Mestre Carpinteiro, José Ferreira da Silva”.

É uma bela capela deixada pelos nossos ancestrais colonizadores, que resistiu ao tempo, mostrando-nos a força do catolicismo que sempre andou de mãos dadas com o poder real daqueles tempos.