AOS SENHORES JUIZES
A idéia dos senhores da Lei em realizar sessões e mais sessões de júri nesta cidade - há semanas em que acontecem duas por dia, nos turnos matinal e vespertino -, para solucionar as situações vividas diante do acúmulo de processos, poderia ter sido melhor explanada à sociedade, sobretudo aquela construída pelas empresas comerciais da cidade ou do próprio município.
Nada contra a modernização do sistema judicial ou a quem pretende agilizar os julgamentos dos que se encontram presos sem solução de sentenças, porém é preciso haver maior diálogo com os que fazem a população produtiva de Guarabira, uma vez que se acha sensivelmente prejudicada por ter que ceder pessoas que lhes são extremamente úteis, para a formação do Corpo de Jurados. Isso acarreta prejuízos incalculáveis para os pequenos e grandes empresários, bem como a agências bancárias, escolas e repartições públicas do Estado e do Município.
Dizer que nem todos são sorteados para a formação do Corpo de Sentença, é verídico e indiscutível, porém as horas de trabalho perdidas pelo cidadão ou cidadã, ali no Fórum Municipal à espera da sua liberação, não melhora em nada o funcionamento do estabelecimento de onde foram deslocados, pois o prejuízo às suas funções já foi marcante. Existem ainda servidores que não regressam às suas origens, mesmo dispensados do Juri e acentuam ainda mais as suas dificuldades operacionais.
Há escolas em que os gestores se aperreiam porque aulas deixam de ser dadas ou o serviço burocrático de rotina emperra nesses momentos. Outros gestores públicos ficam à espera do motorista que sorteado ou não, atrasará ou impedirá a viagem de técnicos importantes para o desenvolvimento de seus estabelecimentos.
Não é hora de rediscutir essa situação, de forma democrática com todos os membros da sociedade local? Não é o momento de se estender a instituições universitárias, por exemplo, essas solicitações de senhores e senhoras para prestarem serviço à Justiça de Guarabira? Por que não se enviar a cada órgão que contribui com a Justiça, uma espécie de pesquisa para que digam das suas dificuldades e apontem caminhos outros para a solução dos problemas da Justiça, dos presos e da própria sociedade?
É dialogando senhores, é ouvindo a todos que se consegue resultados satisfatórios.