terça-feira, 2 de agosto de 2011

LUTANDO PELA TERRA

Portugueses e espanhóis, tratados por historiadores como colonizadores, ao alcançarem as terras da América do Sul, foram se fixando em termos definitivos, em nome dos reis que representavam, e pela força ou pela astúcia, determinaram regras a povos que até então conheciam apenas a liberdade de ir e vir, por onde e para onde pretendessem. Os povos sul-americanos por esses viajantes “visitados”, viram a partir dali que a sua terra, religião e cultura sofreriam um impacto profundo e transformador, a ponto de lhes perturbar a paz, até as gerações futuras.

A Argentina, cujos habitantes querandis, charruas, quíchuas e guaranis conheceram os conquistadores espanhóis sob a liderança de Juan Diaz de Solís, em 1516, e sabem muito bem o significado da chegada desse povo, através do rio da Prata. Desenrola-se ai uma verdadeira história de lutas contra os invasores e as suas ações de invasão da terra.

Há uma semana, conforme nos conta o Blog do Renatão, índios argentinos acompanhados de suas famílias, se estabeleceram por ocupação num terreno de propriedade da importante família – Blaquier –, essa de fortes ligações com o regime ditatorial de Jorge Rafael Videla (1976-81), na intenção de receberem de volta as terras que foram suas. Não imaginando as conseqüências negativas que poderiam advir desse ato invasor ali permaneceram, no aguardo de providências por parte da família, ou de autoridades legalmente constituídas.

O governo e a companhia da família Blaquier, aguardaram pacientemente e quando dormiam todos, a polícia os atacou com balas de borracha e gás, chegando inclusive a atearem fogo nas suas tendas. Morreram três e outros seis ficaram muito feridos. Enquanto isso, um criancinha de 1 ano e 5 meses, está padecendo sob problemas respiratórios, devido aos gases que aspirou. Tentando justificar a ação, diz a polícia que os índios estavam armados.

Essa é a ingrata e injusta briga de quem tinha tudo e tudo perdeu em nome da colonização européia, há quase 500 anos, repetindo-se agora, de forma dramática e implacável. Já conhecemos esse filme, porque no Brasil não é diferente. Vemos diariamente, a situação de povos indígenas lutando para voltar à terra que é sua, e se acha ocupada por grileiros, mineradores, fazendeiros, etc. E o governo, vai fazendo “ouvido de mercador” e fingindo que tudo está bem.