A CHEGADA DE JUNHO
Chegamos a junho, praticamente metade do ano, sem a alegria costumeira de anos anteriores quando vivíamos a antecipada comemoração alegre das festividades de Santo Antonio, São Pedro e São João, onde a colheita do milho verde garantia às mesas do povo lautos banquetes de milho assado e cozido, pamonha, canjica, pé-de-moleque, bolo de milho, cocada e mungunzá.

Por estradas que cortam essas regiões, caminhões especializados no transporte d’água sobem e descem serras procurando chegar às populações mais necessitadas, levando-lhes o precioso líquido colhido em alguns açudes e barragens regionais que ainda não esvaziaram sob os raios do sol causticante. Os veículos parecem escutar o clamor popular e as rezas dos noveneiros de plantão elevando a Deus as suas preces em terços e mais terços desfilados pelas mãos trêmulas e envelhecidas pelo sofrimento de tantos e tantos anos. E lá vão eles, cortando as estradas paraibanas e cumprindo o seu dever de bom servidor.
As festas estão comprometidas e aqui e acolá, algumas cidades como Belém, Bananeiras, Solânea, Pirpirituba, Guarabira e outras mais, as farão acontecer de forma mais simplesmente, como se fossem marcar as datas aos santos do mês. Conformadas com as decisões dos administradores municipais, as populações entendem que o instante é de oração e prece a Deus, para que não perdure por mais tempo essa triste situação.
Não há um só vivente que mesmo vivendo um momento tão difícil, erga aos ouvidos alheios palavras de blasfêmias, uma vez que sabe que desde o começo da povoação do espaço nordestino, teria que se adaptar à região e passar a conviver com o fenômeno da seca, adaptando-se a ela.
Que os céus se lembrem dos habitantes destas plagas e que os Santos do mês intercedam junto a Deus por toda nossa gente.