sábado, 2 de junho de 2012

Mulheres Nordestinas

Lana Alpino

Lindas, Luzias, Marias, Ritas...
São as “Cisterneiras” de Mossoró!
Dignas. Sábias. Cabeças erguidas.
Constroem cisternas pra armazenar
água da chuva. Da vida!
A mais desejada riqueza da gente
sertaneja...
Pra irrigar o chão de solo seco.
A semente, o grão, a plantação.
E dar de beber à criação!
Saíram da cozinha...
Tiraram a trouxa e a lata d’água da cabeça.
Quebraram preconceitos e rótulos...
Deixaram para trás a servidão contumaz!
Mudam a realidade brasileira em parte do
semi-árido:
Da Caatinga,
Do xiquexique,
Das cactáceas,
Do pau-de-arara,
De Maria Bonita e Lampião,
De Graciliano Ramos,
De Luís Gonzaga... Asa Branca!
De Patativa do Assaré...
Da antiga, covarde, injusta e persistente
“Indústria da Seca”.
Tiveram fé e ousadia.
Acreditaram em Deus... Em si mesmas!
Organizaram-se! Participaram de cursos e
capacitações!
Hoje, escrevem uma nova página na história:
- das Mulheres Nordestinas, que com garra,
brio e determinação quebram arraigados
paradigmas no interior do sertão...
Não acreditando mais em socorros paliativos,
promessas e politicagem!
Comprovam, corajosamente, que muito mais
que Cisterneiras são “Arquitetas de Sonhos e Esperança”...
Exemplo da força e da grande expressão da
Mulher Brasileira.

OBSERVAÇÃO: melhor forma não há de prestigiar a mulher nordestina tão sofrida com os seus entes familiares mais queridos, neste momento difícil de estiagem acentuada, do que através deste poema.