Sem
nenhuma explicação, até o momento (10h25 – hora de Brasília), o diretor
executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira, foi demitido do cargo.
Ele não estava ‘bem na fita’ desde que prendeu figurões no escândalo do
Ministério dos Transportes. Na época, o delegado foi criticado pela presidente
Dilma por ter usado algemas nos presos do DNIT, acusados de desvio de dinheiro.
A
exoneração do delegado foi publicada no Diário Oficial da União desta
segunda-feira (10/06/2013). Paulo de Tarso havia sido nomeado para a diretoria
executiva da PF em abril de 2011.
A
Polícia Federal informa que não sabe o motivo da exoneração, mas um policial
disse ao jornalista do Portal
AI5 que desde as operações do ‘Mensalão’ e da ‘Satiagraha’, o
Departamento de Polícia Federal nunca mais foi o mesmo. Estaria sofrendo
represálias do Governo Federal, que reduz a PF às cinzas. Estão há 9 anos sem
aumento salarial e o contingente reduzindo a cada dia.
A
OPERAÇÃO ENVOLVENDO FIGURÕES – O
delegado Paulo de Tarso Teixeira foi quem coordenou, em agosto do ano de 2011,
a Operação Voucher, que prendeu 33 pessoas – entre elas o número 2 do
Ministério do Turismo, Frederico Costa – suspeitas de desviar dinheiro público.
Um
tipo magro, de voz baixa, aparentemente tímido, sereno, que sorrir com
facilidade, Paulo de Tarso tem perfil de padre, mas em sua missão policial não
perdoa quem anda fora da lei.
Certa
vez, quando ainda fazia trabalhos de campo casca grossa em Mato Grosso, Paulo
de Tarso descobriu o esconderijo de uma quadrilha de criminosos perigosos,
traficantes de droga. Como estava sozinho, o delegado pediu reforços e ficou a
espera de seus colegas para juntos poderem estourar o covil. O medo deveria ser
o sentimento maior de Paulo de Tarso naquele momento, mas não era. Era a
angústia. E se os bandidos percebessem que se encontravam num alçapão e
fugissem antes da chegada do reforço policial? Talvez não fossem agarrados tão
cedo. Talvez na fuga ferissem ou matassem alguém.
O
apoio pedido pelo delegado não demorou a chegar. A cena, contudo, era outra.
Dominados e rendidos por Paulo de Tarso, os bandidos já aguardavam as algemas.
Junto deles, 200 quilos de cocaína. Paulo de Tarso calculara que conseguiria prender
a quadrilha sozinho, e assim o fez.
Não
se engane com Paulo de Tarso. Ele é o mineiro com cara de sonso mais esperto
que apareceu até hoje na Polícia Federal.
ELE
DEU OXIGÊNIO A PF – A
PF andava meio apagada na gestão de Dilma Rousseff. Motivo: um profundo corte
no orçamento que tirou parte do oxigênio dos federais (verbas para passagens
aéreas, estadia em hotel, diárias e, em alguns Estados, até gasolina para os
carros).
A
penúria continua, mas o astral começou a mudar com a operação que desmantelou a
quadrilha do DNIT.. A Operação Voucher teve início em abril e em apenas quatro
meses apurou o suposto desvio de R$ 3 milhões por suspeitos ligados ao PMDB e
ao PT.
DA REDAÇÃO DO PORTAL AI5 DE BRASÍLIA