quinta-feira, 24 de outubro de 2013

UMA CAPITAL COM MEDO

A cidade de João Pessoa está em alerta total por parte dos funcionários públicos do Centro Administrativo no bairro de Jaguaribe, desde as primeiras horas do dia de hoje, 24, com receio de ali se repetir a mesma situação de agressividade e baderna, da última segunda-feira, 21. Apesar da grande zoada, não houve confronto entre policiais militares a postos e sindicalistas e camponeses presentes ao ato de protesto, o que foi menos ruim, porque poderia ter havido sangue a correr pela praça do Centro. Pelo menos é disso que se tem sabido até hoje.

Conforme documentou a imprensa da capital, na segunda-feira, os trabalhadores rurais e representações da classe invadiram o local causando pânico e medo em todos aqueles que se achavam trabalhando normalmente nas repartições onde são lotados, e quebraram cercas de ferro que circundam as praças e pátios de estacionamento de veículos pertencentes a servidores ou mesmo a pessoas que ali foram tratar de assuntos nas várias Secretarias estaduais. Dizem que ao final, vários carros foram riscados e outros amassados.

É de se perguntar, diante da comprovação desses atos de vandalismo o que têm ou tinham os donos desses veículos com o protesto, com a insatisfação dos trabalhadores rurais? Qual a participação deles nos desgostos dos manifestantes? Até onde se pode deduzir e perceber, tiveram seus patrimônios atingidos de forma gratuita, ou melhor, por pura maldade. É nessas situações que manifestações públicas muitas vezes vêm a perder o apoio e a simpatia da grande maioria do povo.

Algumas fotos expostas nas redes sociais e em alguns jornais do Estado, mostraram pessoas que estavam na manifestação portando pedaços de pau, barras de ferro e pedras nas mãos, e isso só depõe contra a manifestação, não é mesmo? Essa situação gerou medo em pessoas pacíficas que estavam de longe acompanhando o movimento e a passeata. Quem estava de fora assistindo livremente ou mesmo os que trabalham no Centro Administrativo e por isso forçados a participar, passaram a recear um confronto entre manifestantes e militares, até porque no Sul do país está se assistindo diariamente vandalismo e violência por parte de grupos que – aparentemente – nada tendo a ver com grevistas e manifestantes, aproveitam a ocasião e geram verdadeiras cenas de guerrilhas. E ai apanha todo mundo, culpados e inocentes.


Que na tarde noite desta quinta-feira, o governador socialista Ricardo Coutinho possa receber os representantes dos camponeses paraibanos em busca de reforma agrária mais rápida e eficiente, e discuta a pauta dos Sindicatos e MST, sem que o povo venha a passar novos vexames como os de segunda-feira. Que a razão e a paz prevaleçam.