A cidade de João
Pessoa está em alerta total por parte dos funcionários públicos do Centro
Administrativo no bairro de Jaguaribe, desde as primeiras horas do dia de hoje,
24, com receio de ali se repetir a mesma situação de agressividade e baderna,
da última segunda-feira, 21. Apesar da grande zoada, não houve confronto entre
policiais militares a postos e sindicalistas e camponeses presentes ao ato de
protesto, o que foi menos ruim, porque poderia ter havido sangue a correr pela
praça do Centro. Pelo menos é disso que se tem sabido até hoje.
Conforme documentou a
imprensa da capital, na segunda-feira, os trabalhadores rurais e representações
da classe invadiram o local causando pânico e medo em todos aqueles que se
achavam trabalhando normalmente nas repartições onde são lotados, e quebraram cercas
de ferro que circundam as praças e pátios de estacionamento de veículos
pertencentes a servidores ou mesmo a pessoas que ali foram tratar de assuntos
nas várias Secretarias estaduais. Dizem que ao final, vários carros foram
riscados e outros amassados.
É de se perguntar, diante
da comprovação desses atos de vandalismo o que têm ou tinham os donos desses
veículos com o protesto, com a insatisfação dos trabalhadores rurais? Qual a
participação deles nos desgostos dos manifestantes? Até onde se pode deduzir e
perceber, tiveram seus patrimônios atingidos de forma gratuita, ou melhor, por
pura maldade. É nessas situações que manifestações públicas muitas vezes vêm a
perder o apoio e a simpatia da grande maioria do povo.
Algumas fotos expostas
nas redes sociais e em alguns jornais do Estado, mostraram pessoas que estavam
na manifestação portando pedaços de pau, barras de ferro e pedras nas mãos, e
isso só depõe contra a manifestação, não é mesmo? Essa situação gerou medo em
pessoas pacíficas que estavam de longe acompanhando o movimento e a passeata. Quem
estava de fora assistindo livremente ou mesmo os que trabalham no Centro
Administrativo e por isso forçados a participar, passaram a recear um confronto
entre manifestantes e militares, até porque no Sul do país está se assistindo
diariamente vandalismo e violência por parte de grupos que – aparentemente –
nada tendo a ver com grevistas e manifestantes, aproveitam a ocasião e geram verdadeiras
cenas de guerrilhas. E ai apanha todo mundo, culpados e inocentes.
Que na tarde noite
desta quinta-feira, o governador socialista Ricardo Coutinho possa receber os
representantes dos camponeses paraibanos em busca de reforma agrária mais
rápida e eficiente, e discuta a pauta dos Sindicatos e MST, sem que o povo
venha a passar novos vexames como os de segunda-feira. Que a razão e a paz
prevaleçam.