A
propósito de pronunciamento público feito na última quarta-feira, 16, pela
jovem advogada Nadine Borges, de que no governo FHC foram mortos suspeitos de
terem integrado a Guerrilha do Araguaia, é na verdade uma notícia bombástica,
em se conhecendo a biografia desse
ilustre sociólogo que militou por tanto tempo contra a ditadura militar aqui
instalada por duas décadas, da qual também foi vítima quando teve que fugir do país
para não ser atingido pelos seus tentáculos criminosos que torturaram e mataram
tantos brasileiros que sonhavam naquela oportunidade com um mundo socialista e
democrático.
Ainda
que haja Fernando Henrique nascido em família composta de militares, não quero
crer tenha sido isso, causa para ceder aos seus próprios algozes de 1964, e
abrir como governante, facilidades para que se continuasse no país já democratizado,
caça a pessoas que se envolveram com o movimento da guerrilha instalada na
Amazônia, entre o final da década de 1960 e a primeira metade da década de
1970, por adeptos do PCdoB que sonhavam em instalar nas áreas rurais do Brasil,
uma revolução socialista baseada em experiências das revoluções Cubana e
Chinesa.
A
advogada Nadine Borges, é uma das pessoas componentes atualmente da Coordenação
da Comissão da Verdade, instalada pelo atual governo brasileiro para investigar
todos os abusos praticados pelas forças de repressão ditatorial, contra aqueles
que não concordavam com os dias de terror implantados pela famosa ditadura
militar de 1964. E foram dias de terror mesmo, dos quais não se poderá jamais
ter saudade alguma, pelo menos as pessoas lúcidas e de bom senso.
Em
sendo verdade o anúncio da jovem Nadine, de que as Forças Armadas brasileiras
estiveram em ação novamente, então no governo FHC, procurando entre os Estados
do Tocantins, Maranhão e Mato Grosso pessoas que tivessem atuado na famosa
Guerrilha do Araguaia, para proceder ao seu extermínio, em nome da Operação Limpeza, há que se repudiar com
veemência não só essa atitude militar como a quem estando no governo abriu as
portas do país para tal consentimento.
Como
dizem os mais velhos, “é morrendo e aprendendo”. Foi preciso que muitos anos se
passassem e vários governos se sucedessem para que se soubesse agora que os
militares ainda exerceram funções de perseguição e extermínio de pessoas, num país
já devidamente democratizado.