sexta-feira, 18 de abril de 2014

ELES AINDA ESTIVERAM ATIVOS



A propósito de pronunciamento público feito na última quarta-feira, 16, pela jovem advogada Nadine Borges, de que no governo FHC foram mortos suspeitos de terem integrado a Guerrilha do Araguaia, é na verdade uma notícia bombástica, em se conhecendo  a biografia desse ilustre sociólogo que militou por tanto tempo contra a ditadura militar aqui instalada por duas décadas, da qual também foi vítima quando teve que fugir do país para não ser atingido pelos seus tentáculos criminosos que torturaram e mataram tantos brasileiros que sonhavam naquela oportunidade com um mundo socialista e democrático. 

Ainda que haja Fernando Henrique nascido em família composta de militares, não quero crer tenha sido isso, causa para ceder aos seus próprios algozes de 1964, e abrir como governante, facilidades para que se continuasse no país já democratizado, caça a pessoas que se envolveram com o movimento da guerrilha instalada na Amazônia, entre o final da década de 1960 e a primeira metade da década de 1970, por adeptos do PCdoB que sonhavam em instalar nas áreas rurais do Brasil, uma revolução socialista baseada em experiências das revoluções Cubana e Chinesa.  

A advogada Nadine Borges, é uma das pessoas componentes atualmente da Coordenação da Comissão da Verdade, instalada pelo atual governo brasileiro para investigar todos os abusos praticados pelas forças de repressão ditatorial, contra aqueles que não concordavam com os dias de terror implantados pela famosa ditadura militar de 1964. E foram dias de terror mesmo, dos quais não se poderá jamais ter saudade alguma, pelo menos as pessoas lúcidas e de bom senso. 

Em sendo verdade o anúncio da jovem Nadine, de que as Forças Armadas brasileiras estiveram em ação novamente, então no governo FHC, procurando entre os Estados do Tocantins, Maranhão e Mato Grosso pessoas que tivessem atuado na famosa Guerrilha do Araguaia, para proceder ao seu extermínio, em nome da Operação Limpeza, há que se repudiar com veemência não só essa atitude militar como a quem estando no governo abriu as portas do país para tal consentimento. 

Como dizem os mais velhos, “é morrendo e aprendendo”. Foi preciso que muitos anos se passassem e vários governos se sucedessem para que se soubesse agora que os militares ainda exerceram funções de perseguição e extermínio de pessoas, num país já devidamente democratizado.