AFINAL A “GERAÇÃO MILÊNIO” LÊ LIVROS. MAIS DO QUE AS GERAÇÕES
ANTERIORES
Para quem não sabe o que é
a “geração milénio”: aquele grupo que nasceu entre o início dos anos 80 e o ano
2000 e que geralmente é caracterizado pelo narcisismo excessivo demonstrado
em selfies nas
redes sociais, pela obsessão com o smartphone e pela superficialidade, muitas
vezes associada à ideia de que “os jovens já não leem livros”. É
exatamente essa geração que, revela um estudo do Pew Research Center,
lê, em média, mais livros do que o grupo imediatamente a seguir, ou seja, acima
dos 30 anos de idade. E frequenta mais as bibliotecas também.
De acordo com este estudo, que inquiriu mais de seis mil
americanos, cerca de 88% dos jovens entre os 16 e os 29 anos leu um livro
no ano passado. No grupo dos mais de 30 essa percentagem foi de 79%. Para além
disso, entre os mais novos, 43% disse ler livros diariamente, um valor que é
semelhante ao registado no grupo dos adultos. Segundo o site News.mic,
estes dados podem estar relacionados com o fato de muitos daqueles que se
encontram no grupo dos 16-29 serem estudantes. Nestes casos, as leituras
podem corresponder a exigências curriculares.
Como explica a revista Atlantic, este estudo mostra também
que a relação dos norte-americanos com as bibliotecas públicas está a mudar,
uma vez que os leitores mais jovens têm menos a perceção de que estas são
essenciais nas suas comunidades. Para além disso, os americanos em geral
compram mais livros do que aqueles que levam emprestados. E apesar de menos
pessoas visitarem bibliotecas, estão a aumentar as visitas virtuais aos sites
destes locais. E neste cenário em que a biblioteca parece deixar de ser
central, os jovens, mais uma vez, surpreendem. Metade daqueles com idades entre
os 16 e os 29 disse ter visitado uma biblioteca nos últimos 12 meses. Entre os
mais velhos, apenas 47% disse o mesmo. E são precisamente os mais jovens que
mais visitam os sites das bibliotecas.
Há ainda dados relevantes
sobre a utilização da internet. Cerca de 98% dos jovens abaixo dos 30 anos
disse recorrer à internet, mas 62% acredita que há “muita informação útil e
importante” que não está disponível online. Apenas 53% dos inquiridos com mais
de 30 anos concordou com essa afirmação.
Fonte: Brasil Cultura