No início era apenas um
frigorífico. Os cortes de carne eram o que dava vida àquele pequeno comércio
aberto em 1978, situado
na Travessa Crato, entre as Ruas Conde D´Eu e General Bezerril, no Centro da
cidade. Anos depois, com o baixo movimento, Raimundo Oliveira Araújo, o dono,
decidiu que era hora de mudar. Deixou o frigorífico de lado e começou a vender queijos, de coalho e manteiga,
além de doces, paçocas, carne do sol, e outras delícias típicas
do Ceará. E deu certo. Tanto, que há 12 anos, o bar do Raimundo dos Queijos
passou a ter movimento também aos domingos, não só para compra de queijos ou
doces, mas para a venda de petiscos e cerveja gelada e hoje é um dos locais
mais pulsantes da cidade no domingo.
Dono de um sorriso largo e
muita paixão pelo trabalho, seu Raimundo confessa que nunca imaginou que o
local fosse fazer tanto sucesso. “Eu
não esperava que fosse ficar assim, até porque eu nunca gostei de vender bebida.
Eu abria aqui só até o meio-dia. Aí, as pessoas vinham, pediam uma cerveja e
ficavam aqui, bebendo. Daí, começou a vir mais gente e começamos a fechar
mais tarde”, ressalta.
De acordo com ele, quem
começou a festa nos domingos foi a turma da Vila Romero e
os amigos Ernando Honorato e Arnaud Romero. “O Raimundo tinha uma venda e o
pessoal da Vila Romero já andava aqui. A (venda de) cerveja era
esporadicamente. Aí, eu comecei a vir aqui. Eu gosto muito de cozinhar, então
começamos a cozinhar e trazer comida para cá. Fazíamos uma cota para um café da manhã, comprávamos as coisas,
distribuíamos para todo mundo, por nossa conta mesmo, e fomos chamando os
amigos. Nós passamos muito tempo com o grupinho da gente. Um amigo foi trazendo
o outro e foi aumentando”, ressalta o engenheiro e antigo frequentador Ernando
Honorato.
A diversão, que começou com um pequeno grupo de amigos, tomou grandes
proporções. O bar virou uma confraria. Amigos e personalidades locais que
visitam a famosa Confraria do Raimundo do Queijo,
como o dirigente esportivo Valdemar Caracas, que frequentou durante muito tempo
o estabelecimento. Conversa boa e muita tranquilidade dão o tom no local, que é
protegido pelas imagens de Nossa Senhora e Jesus Cristo, penduradas por seu
Raimundo, homem de fé inabalável. Segundo o filho, Adriano Oliveira, mais de 80 mesas são colocadas ao longo da Travessa
Crato, que fica lotada todos os domingos. Cerveja gelada, petiscos saborosos,
muito samba e forró compõem o resto do cenário.
Fonte: Portal Diário do
Nordeste