Há alguns anos, havia
uma certa expectativa da população paraibana em conhecer os resultados
das pesquisas eleitorais que se referissem a qualquer nível de cargo público.
Através deles, tinha-se uma ideia de quem avançou ou
poderia melhorar a sua posição na preferência da população, e isso passaria a ser constatado e analisado num outro momento em que se desse nova divulgação.
A seriedade dos
institutos de pesquisa era tamanha que chegava a inspirar aos que gostam de
correr riscos através de apostas valiosíssimas, firmadas na presença de
testemunhas idôneas às quais se dava a responsabilidade de guardar os
documentos ou os valores respectivamente apostados, até que fossem conhecidos
os resultados das urnas divulgados através da justiça eleitoral. Noutros casos,
as apostas também eram firmadas em cartório. E sempre coincidiam os nomes dos
eleitos com aqueles que haviam sido dados a conhecer antecipadamente, de acordo
com a lei, pela pesquisa eleitoral. Se houvesse divergência no resultado, era
coisa que não assustava muito porque as explicações eram dadas plenamente e críveis, diante da credibilidade do trabalho realizado, com base em dados científicos.
Os tempos são outros,
meus amigos e o que se vê atualmente quando se vai anunciar resultado de
pesquisa, e isso há mais ou menos dez ou quinze anos, é que o povo não lhe dá a
menor credibilidade, diante de tantas falcatruas havidas, segundo dizem,
autorizadas por grupos importantes que manipulam nos bastidores, os esquemas
políticos e a eles interessam única e exclusivamente a mudança dos números, na
tentativa de influenciar a mentalidade da população apta a exercer o direito do
voto. E parece que tem funcionado, mesmo, se não, não teriam sido tão insistentes e nem correriam tantos riscos perante a justiça.
Agora, tem sido preciso
sempre a interferência da justiça – e graças a Deus ela está muito atenta –, pelo
que não tem permitido que se continue fazendo divulgações cavilosas em favor de
grupo ou candidato A ou C, enganando a população, em busca de resultados diferentes nas urnas.
Por este estado, ainda bem não se proibiu
a divulgação de uma dessas pesquisas, com resultados manipulados, no final da semana anterior, a imprensa, portais e blogs paraibanos já anunciam
que mais uma outra foi impedida de ser publicada, porque aparentemente tem
números modificados para beneficiar a alguém.
Se antes a gente
esperava saber quem ganharia as eleições graças a um trabalho sério com base em
resultados científicos, agora a gente fica aguardado os finais ou inícios de
semana para saber qual instituto e emissora serão proibidos de divulgar
resultados mentirosos. Plagiando Boris Casoy, isso é uma vergonha.