247 - A senadora
Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil, está convencida de que há
uma motivação política na denúncia do jornal Estado de S. Paulo deste domingo –
segundo a publicação, ela teria recebido R$ 1 milhão do esquema operado por
Paulo Roberto Costa na Petrobras em 2010, quando concorreu e venceu a disputa
ao Senado. "Uma acusação dessas, sem provas, em mais um vazamento
seletivo, evidencia uma armação", diz ela. "Querem criar um fato
político, envolvendo uma pessoa próxima à presidenta".
Gleisi diz que sua
campanha ao Senado, em 2010, arrecadou cerca de R$ 8 milhões. "Tudo está
lá declarado ao Tribunal Superior Eleitoral", afirma. Entre os doadores, a
ex-ministra cita empresas como Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, CR Almeida e
Bradesco. "Em alguns casos, eu mesma procurei as empresas, como fazem
todos os políticos, e a arrecadação era toda contabilizada por nosso
tesoureiro, o Ricardo Balthazar".
Indignada com a
reportagem deste domingo, Gleisi afirmou, em nota, que estuda processar o
jornal Estado de S. Paulo. "As pessoas não podem ser acusadas dessa
maneira, sem provas. Isso fere a democracia", diz ela. Ela lembra ainda
que, numa delação premiada, cabe aos acusadores apresentar provas do que é
dito. "Mesmo no caso do Banestado, muito do que foi dito pelo Youssef,
numa delação premiada anterior, jamais ficou provado", afirma. "Quem
acusa tem que provar".
Gleisi disse ainda
que seu maior patrimônio é sua biografia. "Todos conhecem o meu passado e
a minha militância", afirma. "Isso não pode ser atacado dessa
maneira". Ela afirma que sua prioridade ao retomar o mandato de senadora,
após ter concorrido ao governo do Paraná, será lutar pela reforma política.
"As campanhas, no Brasil, são excessivamente caras. É preciso acabar com
isso e também com o financiamento privado de campanha", afirma. "Quem
tem compromisso com a mudança é a presidente Dilma, que já anunciou a intenção
de convocar um plebiscito pela constituinte exclusiva da reforma
política".
Leia, abaixo, nota
divulgada pela senadora:
Gleisi contesta denúncia de O Estado de
S. Paulo
01.A notícia de O Estado de S. Paulo é
falsa. A Senadora Gleisi Hoffmann não recebeu doação alguma de Paulo Roberto
Costa ou Alberto Youssef. A Senadora não conhece nenhum dos dois réus. O
Ministro Paulo Bernardo só esteve com Alberto Youssef uma vez na vida, há mais
de dez anos, apenas para inquiri-lo na CPI do Banestado.
02. Na prestação de contas da campanha
de 2010 da Senadora, entregue ao TSE, assim como nas demais disputas
eleitorais, estão todas as doações recebidas.
03. Ao Jornal cabia mais
responsabilidade antes de veicular a notícia, diante da gravidade e, principalmente,
diante da ausência de sentido lógico da acusação. A Senadora solicitou aos seus
advogados que estudem medidas judiciais contra o Jornal “O Estado de S. Paulo”.
04. Se os criminosos Paulo Roberto
Costa e Alberto Youssef eventualmente mencionaram qualquer contribuição de
campanha à Senadora – o que não se pode confirmar –, é certo que mentem. E
mentem com o evidente objetivo de obter ilícita vantagem na barganha da delação
premiada. Fazer uma acusação contra uma ex-ministra da Casa Civil, ainda que desprovida
de qualquer prova ou indício, aumenta os benefícios oferecidos pelo Ministério
Público. Lá na frente, terminado o processo, nada será provado, porque não há o
que provar, mas os dois réus confessos já terão recebido os benefícios do
acordo com o Ministério Público. A Senadora tomará todas as medidas judiciais
cabíveis contra este abuso.
05. A poucos dias da eleição
presidencial, a Senadora Gleisi Hoffmann é vítima, pelo cargo que ocupou, deste
leviano denuncismo dos dois réus confessos, muito bem recompensados pela – nem
sempre legítima – barganha da delação premiada.
Fonte: Brasil 247