Embora tenha sido condenada no início da noite passada pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por crime eleitoral, a Editora Abril,
responsável pela publicação da revista semanal de ultradireita Veja, não publicou direito de resposta com o mesmo
espaço e destaque idêntico que deu para a capa em que faz denúncia sem provas
contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição. O site da
revista publicou o direito de resposta de forma discreta em sua página
principal e manteve o destaque para a capa, interpretada pelo TSE como partidária
e desfavorável a Dilma.
O preço da ousadia por descumprir uma decisão judicial é de R$
500 mil por hora. A empresa não apenas se negou a cumprir o direito de
resposta, nos termos fixados pelo ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) – mas ironizou o magistrado.
“O ministro Admar Gonzaga decidiu-se pela concessão do Direito
de Resposta depois de examinar o pedido da coligação da candidata Dilma
Rousseff por duas horas, tempo em que também redigiu as nove laudas de seu
despacho — ao ritmo de 13 minutos por lauda”.
O pedido de multa foi apresentado ao TSE, neste domingo, pelo
procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão. “Além do evidente menoscabo para
com a Justiça Eleitoral, minimizando os efeitos da decisão liminar concedida,
ao não divulgá-la na forma determinada judicialmente, a inserção do link no
espaço destinado ao direito de resposta, denominado ‘Resposta do direito’,
consubstancial, na verdade, reforço da ofensa que se visava reparar”, explicou
o procurador-geral eleitoral.
“A revista traduz inequívoco descumprimento de decisão judicial,
temperada de ingrediente de escárnio e menosprezo à autoridade da decisão
emanada deste TSE, o que desafia medidas mais rigorosas e enérgicas com vistas
ao seu efetivo cumprimento”, defendeu Aragão.
O crime cometido por Veja tem três responsáveis diretos: o empresário Giancarlo
Civita, principal acionista da Editora Abril, o executivo Fábio Barbosa, que a
preside, e o jornalista Eurípedes Alcântara, diretor de Redação de Veja.
Fonte:
Correio do Brasil