Relatório aponta também roubo de água,
degradação e falta de fiscalização nos reservatórios.
“A escassez de água, a
ineficiência dos poderes públicos (federal, estadual e municipal) com a
manutenção e conservação dos mananciais e a provável recarga destes corpos
d’água, através da transposição das águas do Rio São Francisco, trazem grandes
preocupações com o futuro hídrico do Estado da Paraíba”, diz trecho do
relatório ‘Pacto pela nova governança – um retrato do Brasil’, uma contribuição
dos tribunais de contas do País aos governantes eleitos, divulgado na semana
passada. O documento aponta a poluição de mananciais por esgotos e agrotóxicos;
a degradação por atividades humanas (pesca, lazer e desmatamento), o roubo de
água e, sobretudo, o descaso e a falta de fiscalização. O relatório também faz
um alerta: o assoreamento do Rio Piranhas pode causar inundações nas várzeas de
Souza, quando as águas do Velho Chico chegarem.
De acordo com o relatório,
no que tange à disponibilidade hídrica, o Brasil encontra-se em posição
privilegiada frente outros países do mundo. Contudo, o volume de água
disponível varia bastante entre as regiões, estando o semiárido nordestino,
onde se localiza o Perímetro Irrigado das Várzeas de Sousa, caracterizado por
baixos índices pluviométricos. Por tal razão, a irrigação tem se mostrado uma
tecnologia indispensável à implantação de uma agricultura moderna nesta região.
Segundo a publicação, em
virtude da crescente pressão da expansão urbana, fica claro o alto grau de degradação
das áreas marginais dos reservatórios, que segundo a legislação, devem ser
tratadas como áreas de preservação permanentes (APP). “A partir do diagnóstico
da situação e do levantamento das atribuições dos órgãos envolvidos, criou-se o
relatório visando contribuir com sugestões de providências que venham a
modificar o cenário e prevenir futuras consequências negativas para o meio
ambiente e a sociedade”, diz o documento.
Fonte: Portal Correio