Parlamentares
com tradição na Câmara dos Deputados avaliam derrota ao iG e falam sobre o
futuro nos partidos políticos.
Nomes de peso e tradição na Câmara dos Deputados viram seus
planos de renovar o mandato fracassados nas eleições deste ano. Se alguns
parlamentares tentaram trocar de posto em disputas majoritárias e acabaram fora
do Congresso Nacional na próxima legislatura, outros não se atreveram a tanto,
mas mesmo assim se viram derrotados. Nomes como Penna (PV-SP), Roberto Freire
(PPS-SP), Devanir Ribeiro (PT-SP), Guilherme Campos (PSD-SP) e Cândido
Vaccarezza (PT-SP) são alguns exemplos. O iG conversou com alguns deles e a
direção partidária parece o caminho natural para esses quase ex-deputados.
Ex-senador e presidente nacional do PPS, Roberto Freire não conseguiu
os votos necessários para continuar na Câmara. Ele, que já foi também deputado
estadual por Pernambuco e por seis mandatos deputado federal, diz que o caminho
agora é tocar o partido. “Vou continuar a fazer o que sempre fiz, só que agora
sem o exercício de um mandato”, resume Freire, que vem liderando o PPS desde
sua fundação, em 1992, a partir de desmembramento do antigo PCB.
Freire faz uma rápida análise da derrota eleitoral e
considera que talvez o eleitor de São Paulo, acostumado a vê-lo ao lado dos
tucanos, possa ter visto seu movimento rumo a Marina Silva (PSB) com alguma
estranheza – o PPS apoiou a então candidata no primeiro turno. “Tenho a
impressão de que em São Paulo (capital), onde tive maior votação, o apoio a
Marina talvez tenha diminuído minha votação. É um eleitor que sempre associou
minha luta com o PSDB”, avalia ele.
Conservadorismo – Outro dirigente nacional também acabou derrotado em 2014.
Penna, presidente nacional do PV, não obteve a reeleição. Sem mandato, seu
futuro é parecido com o que projetou Freire para si. “Sou dirigente nacional do
partido. Sou isso primeiro e depois parlamentar. Agora, serei isso sem o
Parlamento”, resume Penna. “Quero observar a partir de agora o que posso fazer
para ajudar o partido e o País. Ser deputado não é profissão. Ser representante
popular não pode ser profissão." Ele, que também é músico, afirma que
passará a dedicar mais tempo à carreira de artista.
Na avaliação de Penna, a
derrota veio em função de uma dicotomia muito acentuada do eleitorado. Nesse
espectro, o PV, segundo ele, optou por uma agenda progressista com discurso de
vanguarda aglutinado na candidatura de Eduardo Jorge. Jorge defendeu uma
legislação menos rígida que a atual para a questão do aborto, propôs uma nova
abordagem no debate do casamento homossexual e criticou até aliados por
questões sociais.
Fonte: Portal WSCOM
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