Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência
Brasil
O jornalista e escritor Zuenir Ventura
estava bastante emocionado na cerimônia de posse, na noite de ontem (6), na
Academia Brasileira de Letras (ABL), na sede da instrução, no centro do Rio. O
novo imortal, que no dia da eleição, no dia 30 de outubro do ano passado, disse
à Agência Brasil, que a ficha ainda não tinha caído para
expressar o sentimento daquele momento, revelou nesta sexta, que permanece a
reação.
"Acho que só vai cair depois da
posse e do discurso. Eu estou multo nervoso, muito tenso, porque não é
brincadeira. O peso simbólico desse fardão é muito grande, muito maior do que o
peso físico. Então, acho que vai cair mesmo amanhã de manhã", disse antes
de começar a cerimônia.
Zuenir revelou que passou os últimos
meses lendo a obra do escritor e romancista Ariano Suassuna, a quem sucedeu na
Cadeira 32 da ABL. "Nessa releitura de Ariano, ele ficou maior até",
analisou. O novo acadêmico disse que pretende, a partir de agora, divulgar
ainda mais a obra do seu antecessor na instituição. "Se eu puder tornar o
Ariano ainda mais acessível aos jovens, já vou me sentir realizado por isso,
porque vou sucedê-lo e não substituir, porque Ariano é insubstituível. Vou
tentar de alguma maneira ajudar a difundir a obra dele".
O acadêmico Domício Proença Filho, que
na cerimônia entregou o diploma de imortal para Zuenir, também estava feliz com
a posse dele. " A presença dele traz uma pessoa que já era pensada para
estar aqui. Falo com a suspeição natural de ser amigo há 60 anos, colega de
faculdade e a vinda dele para este grupo de amigos da academia só enriquece a
casa. Ele já vem tarde, já devia ter vindo há mais tempo. Temos ainda o
privilégio de sermos alunos da mestríssima Cleonice Berardinelli",
analisou.
Durante a cerimônia de posse, foi a
acadêmica que recebeu Zuenir pela instituição. "Eu fico feliz, não digo
honra, digo alegria que é menos pomposa, porque parece que quem está se
dirigindo a mim está embaixo e não está" , avaliou Cleinice, que foi
professora de Zuenir Ventura, assim como Domício Proença Filho.
O presidente da ABL, Geraldo Holanda
Cavalcanti, disse que a chegada de Zuenir na Academia é mais um enriquecimento
para a instituição. "É um homem que traz para a ABL uma biografia
respeitável de um intelectual engajado, que sempre esteve à frente da luta
pelos valores democráticos", avaliou.
Para o acadêmico Celso Lafer, Zuenir
levará a sua preocupação com problemas sociais para as análises que os
integrantes da instituição costumam fazer. "É natural que traga porque os
acadêmicos trazem a sua agenda e o pluralismo das suas preocupações. É isso que
enriquece a vida da academia", destacou.
Fonte: Portal Brasil 247