Minas 247 - "Arregão". Esse é o adjetivo mais comum, nas redes
sociais, contra a decisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de desembarcar do
projeto de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Nos últimos dias, desde que o
jurista Miguel Reale Júnior demonstrou às lideranças tucanas e de outros
partidos de oposição que um pedido de afastamento da presidente estaria fadado
ao fracasso, Aécio não teve alternativa, a não ser recuar do golpe.
Imediatamente, passou a ser atacado como "traidor", "covarde"
e "arregão" por lideranças de movimentos como o Revoltados Online e o
MBL.
As consequências para o
senador, no entanto, são mais profundas do que uma momentânea onda de
achincalhamento nas redes sociais. A partir de agora, ele deixará, aos poucos,
de representar uma alternativa real de poder. Na oposição, os holofotes tendem
a migrar de Aécio, que abraçou uma oposição radical, para o governador paulista
Geraldo Alckmin, que tem adotado um discurso moderado.
Além de dispor de uma das
principais máquinas políticas do País, que é o Palácio dos Bandeirantes,
Alckmin vem costurando importantes alianças na oposição. A mais importante
delas, com o PSB, que tem Márcio França como seu vice. Caso Alckmin concorra à
presidência, em 2018, França assumirá o governo e terá a chance de concorrer,
no cargo, à reeleição. Além disso, o governador paulista foi um dos principais
incentivadores do convite feito a Marta Suplicy para que dispute a prefeitura
de São Paulo, em 2016, também pelo PSB.
Aécio apostou todas as fichas no
impeachment, mas morreu na praia. E, antes de 2018, será descartado pelo PSDB.
Fonte: Brasil 247