O ex-presidente da empreiteira Camargo Corrêa e um dos delatores
da Operação Lava-Jato, Dalton Avancini, revelou em um dos depoimentos de sua
delação premiada que a construtora se comprometeu a pagar propina
correspondente a R$ 20 milhões ao PMDB, para atuar na construção da usina
hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, de acordo com informações publicadas pelo
G1. O empreendimento federal, estimado para ser finalizado em janeiro de 2019,
está orçado em R$ 28,9 bilhões.
O consórcio vencedor da
licitação para construção de Belo Monte é formado por Camargo Corrêa,
Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia, todas
investigadas na operação da Polícia Federal.
Preso em regime domiciliar
desde março, quando acordou a delação premiada com a Justiça Federal do Paraná,
Avancini contou à Polícia Federal que, após a formação do consórcio para
construção de Belo Monte, foi informado pelo então diretor de Energia da
Camargo Corrêa, Luiz Carlos Martins, sobre uma “contribuição” ao PMDB da ordem
de 1% sobre o valor da obra, avança o G1. O delator não detalhou quem firmou o
acordo do pagamento do montante, mas revela que a propina seria
"proporcional à participação de cada empresa" na obra. “A Camargo
[Corrêa] detinha 15% da participação junto a obra, o que resultaria em uma
contribuição de R$ 20 milhões, o que deveria ser pago ao longo do
empreendimento”, contou Avancini, que se desligou da presidência da empresa por
conta de seu envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobrás. O
delator não revelou nomes de políticos e membros do governo que possam ter sido
beneficiados com a propina.
Em comunicado, o PMDB nega
qualquer envolvimento neste tipo de transações.
Fonte: Portal
Notícias ao Minuto