quinta-feira, 25 de junho de 2015

DELATOR: CAMARGO CORRÊA NEGOCIOU PROPINA COM PMDB

O ex-presidente da empreiteira Camargo Corrêa e um dos delatores da Operação Lava-Jato, Dalton Avancini, revelou em um dos depoimentos de sua delação premiada que a construtora se comprometeu a pagar propina correspondente a R$ 20 milhões ao PMDB, para atuar na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, de acordo com informações publicadas pelo G1. O empreendimento federal, estimado para ser finalizado em janeiro de 2019, está orçado em R$ 28,9 bilhões.

O consórcio vencedor da licitação para construção de Belo Monte é formado por Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia, todas investigadas na operação da Polícia Federal.

Preso em regime domiciliar desde março, quando acordou a delação premiada com a Justiça Federal do Paraná, Avancini contou à Polícia Federal que, após a formação do consórcio para construção de Belo Monte, foi informado pelo então diretor de Energia da Camargo Corrêa, Luiz Carlos Martins, sobre uma “contribuição” ao PMDB da ordem de 1% sobre o valor da obra, avança o G1. O delator não detalhou quem firmou o acordo do pagamento do montante, mas revela que a propina seria "proporcional à participação de cada empresa" na obra. “A Camargo [Corrêa] detinha 15% da participação junto a obra, o que resultaria em uma contribuição de R$ 20 milhões, o que deveria ser pago ao longo do empreendimento”, contou Avancini, que se desligou da presidência da empresa por conta de seu envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobrás. O delator não revelou nomes de políticos e membros do governo que possam ter sido beneficiados com a propina.

Em comunicado, o PMDB nega qualquer envolvimento neste tipo de transações.

Fonte: Portal Notícias ao Minuto