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- Durante
palestra nesta sexta-feira, 13, em uma faculdade de Direito da capital paulista,
o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski,
deu uma declaração contundente contra as tentativas de ruptura do mandato da
presidente Dilma Rousseff, propostas pela oposição.
Sem
citar a presidente Dilma, Lewandowski disse que o País precisa ter maturidade
para aceitar o resultado das eleições passadas. "Com toda a franqueza,
devemos esperar mais um ano para as eleições municipais. Ganhe quem ganhe as
eleições de 2016, nós teremos uma nova distribuição de poder. Temos de ter a
paciência de aguentar mais três anos sem nenhum golpe institucional",
afirmou o presidente do STF.
Para
Ricardo Lewandowski, a crise vivenciada atualmente no país tem mais fundo
político do que econômico. "Estes três anos [após o 'golpe institucional']
poderiam cobrar o preço de uma volta ao passado tenebroso de trinta anos.
Devemos ir devagar com o andor, no sentido que as instituições estão reagindo
bem e não se deixando contaminar por esta cortina de fumaça que está sendo
lançada nos olhos de muitos brasileiros", afirmou.
Em
uma estocada no Congresso Nacional, Ricardo Lewandowski afirmou que o
Parlamento brasileiro é "amador" na função de investigar e se desvia
de sua prerrogativa de legislar. "O Congresso Nacional deixou de lado a
sua função legislativa e passou a exercer uma função investigativa. Inúmeras
CPIs correndo, substituindo-se ao MP e à PF ao próprio Judiciário, fazendo
aquilo que ele [Congresso] não sabe fazer e deixando de fazer aquilo que ele
sabe, que é legislar", disse Lewandowski. "Investigar é para
profissional, não é para amador, com todo respeito aos nossos parlamentares. É
por isso que as CPIs dão no que dão".
O
ministro voltou a destacar a importância da decisão do Supremo que barrou as
doações de empresas em campanhas eleitorais. "O STF proibiu em boa hora o
financiamento de campanhas por empresas privadas. Nós entendemos que haveria um
desequilíbrio de armas. Um votinho só não tem como enfrentar uma empresa que
doa 100 milhões", comparou. Fonte: Brasil 247.
