Um estudo da Universidade Humboldt de Berlim, na
Alemanha, divulgado nesta sexta-feira (29/01), concluiu que os babilônios
antigos, civilização que emergiu na região que hoje engloba Iraque e Síria por
volta do ano 1.800 a.C., foram os primeiros a usar a geometria, ramo da matemática
que lida com as formas.
A pesquisa indicou,
por meio da análise de tábuas de argila escavadas no século 19, que os
babilônios, já bastante avançados na astronomia, usavam cálculos geométricos
para identificar a posição do planeta Júpiter no céu, além de sua velocidade e
distância.
Círculos e formatos trapezoides (como retângulos)
eram entalhados nas tábuas para realizar tais cálculos. Os cientistas acreditam
que a técnica foi desenvolvida por volta do ano de 350 a.C..
O professor Mathieu
Ossendrijver, autor do estudo, explicou à BBC que os retângulos
desenhados correspondem ao tempo, quando no eixo horizontal, e à velocidade,
quando no eixo vertical. E a área que eles formam, quando ligados por uma
linha, representa a distância que Júpiter viajou ao longo de sua própria órbita.
Ossendrijver disse que não é possível identificar
se a técnica era usada comumente pelos babilônios ou apenas por estudiosos.
“Pode ser que tenha
existido uma tábua mais antiga, escrita por um gênio, apenas um indivíduo, que
inventou esta nova forma de se fazer astronomia. Pode ser também que este fosse
um método mais aplicado por estudiosos”, explicou o professor.
Até o momento,
acreditava-se que a geometria complexa só havia sido usada pela primeira vez
1.400 anos depois dos babilônios. Há evidências de que os gregos utilizavam uma
geometria “mais objetiva”, que tratava das relações espaciais entre a Terra e
outros planetas, mas não questões como tempo e velocidade. As origens da
geometria mais complexa, entretanto, só haviam sido rastreadas até o século 14. Fonte:
Opera Mundi.