247 – Em depoimento ao juiz
Sérgio Moro, o lobista Fernando Moura afirmou que Furnas era uma estatal controlada
pelo hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG) no governo Lula, e que o esquema de
propina se assemelhava ao instalado na Petrobras: "É um terço São Paulo,
um terço nacional e um terço Aécio."
Ele citou uma reunião que teria ocorrido em 2002
para a escolha de nomes para a diretoria de diversas estatais.
Renato Duque teria sido indicado ao então
ministro José Dirceu, segundo ele. Para Furnas, o lobista disse que citou o
nome de Dimas Toledo. "Ele (Dirceu) perguntou qual era minha relação com o
Dimas Toledo e eu respondi que o achava competente, profissional. Então ele me
respondeu: 'Não, porque esse foi o único cargo que o Aécio pediu pro Lula.
Então você vá lá conversar com o Dimas e diga para ele que vamos apoiar [a
indicação de seu nome]'".
Moura relata ainda que Dilma Toledo, ao assumir a
diretoria, afirmou a que "em Furnas era igual", referindo-se a
esquema de propina. "Ele disse: 'Não precisa nem aparecer aqui. Vai ficar
um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio'".
O lobista presta seu terceiro depoimento na Lava
Jato após mentir sobre o suposto envolvimento de Dirceu no esquema. Ele havia
isentado o ex-ministro, depois falou que foi ameaçado e agora reafirmou as
acusações.
Em nota, a assessoria de imprensa do PSDB definiu
como "declaração requentada e absurda" a citação a Aécio e uma
"velha tentativa de vincular o PSDB aos crimes cometidos no governo
petista". "O PSDB jamais fez qualquer indicação para o governo do PT.
O senador Aécio Neves não conhece o lobista, réu confesso de diversos crimes, e
tomará todas as providências cabíveis para desmontar mais essa sórdida
tentativa de ligar lideranças da oposição aos escândalos investigados pela
Operação Lava Jato", acrescentou.
O advogado de Dimas Toledo, Marco Moura, afirmou,
em nota, que as informações de Moura são "absolutamente inverídicas".
Fonte:
Brasil 247.