Paraná 247 – O juiz Sergio
Moro, que conduz a força-tarefa da Operação Lava Jato, autorizou grampos
telefônicos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atingiram também a
presidente Dilma Rousseff.
Conversa com Dilma
- Dilma: Alô
- Lula: Alô
- Dilma: Lula, deixa eu te falar uma coisa.
- Lula: Fala, querida. Ahn
- Dilma: Seguinte, eu tô mandando o 'Bessias' junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!
- Lula: Uhum. Tá bom, tá bom.
- Dilma: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.
- Lula: Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando.
- Dilma: Tá?!
- Lula: Tá bom.
- Dilma: Tchau.
- Lula: Tchau, querida.
Sobre a conversa de Lula e Dilma, ele afirmou
que não há nenhum indício nas conversas, ou fora delas, de que as pessoas
citadas tentaram, de fato, agir "de forma inapropriada".
Os grampos também atingiram, direta ou
indiretamente, ministros do Supremo Tribunal Federal, como o presidente
Ricardo Lewandowski, a ministra Rosa Weber e também o novo ministro da Justiça,
Eugênio Aragão.
Tudo isso veio a público hoje, porque Moro
decidiu abrir o conteúdo das interceptações sobre Lula, realizadas na última
fase da Lava Jato.
Moro comentou o despacho de Rosa Weber sobre o
pedido da defesa de Lula, que apontava conflito de competências sobre as
investigações relacionadas ao "triplex do Guarujá", caso que, em
tese, deveria ser investigado em São Paulo.
"A eminente Magistrada, além de conhecida
por sua extrema honradez e retidão, denegou os pleitos da Defesa do
ex-Presidente", afirmou Moro.
Também aparece nos diálogos Ricardo Lewandowski.
"Há diálogo que sugere tentativa de se obter alguma intervenção do Exmo.
Ministro Ricardo Lewandowski contra imaginária prisão do ex-Presidente, mas
sequer o interlocutor logrou obter do referido Magistrado qualquer acesso nesse
sentido", afirmou Moro.
Ele também comenta a percepção de Lula sobre o
novo ministro da Justiça. "Parece nosso amigo", disse Lula. Todo
o material recolhido por Moro será enviado ao Supremo Tribunal Federal, uma vez
que, como ministro, o ex-presidente passa a ter foro privilegiado. Fonte:
Brasil 247.