sábado, 5 de março de 2016

OPORTUNIDADE PERDIDA



Essa história de dizer que a condução de Lula a depor de forma coercitiva ontem na Polícia Federal foi arbitrária para uns e desnecessária para outros, já está se tornando enfadonha para não a classificar de abusada, porque nada se podia fazer, ou melhor, ninguém pode no momento exato em que se tomou conhecimento de que o fato estava acontecendo, ir lá e resolver a situação, mandando todo o aparato policial se retirar para os locais de onde saíra, afirmando-lhe que o ex-presidente iria depor mais tarde no local em que os seus superiores determinassem ou assim o tivessem feito coisa e tal. Então, se nada disso foi feito, de nada adianta agora se querer aparecer politica e partidariamente nas praças ou recintos espalhados pelos grandes centros do Rio e São Paulo, porque tudo não passa de conversa para boi dormir e de simples blábláblá. 

Tudo já aconteceu, o ex-presidente Lula foi ouvido no local que eles bem quiseram e entenderam, sob forte aparato policial que ostentou à sociedade o seu poder de armas de grosso calibre e trajados a rigor se é que assim se pode dizer e completamente indiferentes a qualquer tipo de manifestação popular e política. E aqui pra nós, tantos que agora estão falando isso e aquilo porque Lula foi conduzido de forma coercitiva, se solidarizam à distância quando tiveram oportunidade de estar lá em Congonhas no aeroporto para manifestar o seu apoio e oferecer o seu calor humano. Muitos nem passaram perto, falam apenas e tão somente depois dos fatos acontecidos.

Quanto a estarem errados ou não os agentes da Polícia Federal ou quem determinou a sua ação na condução do ex-presidente Lula, e as manifestações de solidariedade posteriores por parte de alguns políticos, lembro-me do adágio “Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”. Cai certinho no presente caso em que tantos expressam solidariedade tardia e em determinados casos o fazem apenas para justificação da retórica.