Essa história de
dizer que a condução de Lula a depor de forma coercitiva ontem na Polícia
Federal foi arbitrária para uns e desnecessária para outros, já está se
tornando enfadonha para não a classificar de abusada, porque nada se podia
fazer, ou melhor, ninguém pode no momento exato em que se tomou conhecimento de
que o fato estava acontecendo, ir lá e resolver a situação, mandando todo o
aparato policial se retirar para os locais de onde saíra, afirmando-lhe que o
ex-presidente iria depor mais tarde no local em que os seus superiores
determinassem ou assim o tivessem feito coisa e tal. Então, se nada disso foi
feito, de nada adianta agora se querer aparecer politica e partidariamente nas
praças ou recintos espalhados pelos grandes centros do Rio e São Paulo, porque
tudo não passa de conversa para boi dormir e de simples blábláblá.
Tudo já
aconteceu, o ex-presidente Lula foi ouvido no local que eles bem quiseram e
entenderam, sob forte aparato policial que ostentou à sociedade o seu poder de
armas de grosso calibre e trajados a rigor se é que assim se pode dizer e
completamente indiferentes a qualquer tipo de manifestação popular e política.
E aqui pra nós, tantos que agora estão falando isso e aquilo porque Lula foi conduzido
de forma coercitiva, se solidarizam à distância quando tiveram oportunidade de
estar lá em Congonhas no aeroporto para manifestar o seu apoio e oferecer o seu
calor humano. Muitos nem passaram perto, falam apenas e tão somente depois dos
fatos acontecidos.
Quanto a estarem
errados ou não os agentes da Polícia Federal ou quem determinou a sua ação na
condução do ex-presidente Lula, e as manifestações de solidariedade posteriores
por parte de alguns políticos, lembro-me do adágio “Há três coisas na vida que
nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade
perdida”. Cai certinho no presente caso em que tantos expressam solidariedade tardia
e em determinados casos o fazem apenas para justificação da retórica.