Brasília 247 – Em sua semana decisiva, em que poderá
ter o pedido de cassação aprovado pelo conselho de ética da Câmara dos
Deputados, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda guarda um trunfo
na manga.
Ele contratou os dois advogados que
fecharam a explosiva delação de Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, e
de seus familiares. São eles Antônio Sergio Pitombo e Fernanda Tórtima, que
negociaram com a procuradoria-geral da República a devolução de cerca de R$ 70
milhões e os depoimentos que acusam os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e
Romero Jucá (PMDB-RR).
Em conversas reservadas, Cunha
rechaçou os pedidos de interlocutores do governo interino de Michel Temer, que
defenderam sua renúncia. Cunha respondeu dizendo que, se cair, pode levar com
ele praticamente 150 deputados, assim como uma penca de ministros e senadores.
Temer tenta se desvencilhar de Cunha, porque pesquisas de opinião já demonstram
que a proximidade entre os dois prejudica a imagem de seu governo.
Ainda é cedo para saber se Cunha
estará mesmo disposto a fazer uma delação premiada. Mas o fato é que, depois
que sua esposa, Cláudia Cruz, e sua filha, Danielle Dytz, entraram no radar de
Sergio Moro, podendo ser investigadas e condenadas por lavagem de dinheiro,
essa hipótese passou a ser considerada por seus advogados.
Cunha hoje controla cerca de 55% dos votos
no Congresso e sempre se especulou que ele exerceria influência financeira
sobre os deputados. Graças a essa influência, ele se elegeu presidente da
Câmara no início de 2015, inviabilizando as relações entre o governo da
presidente Dilma Rousseff e o Congresso Nacional. Fonte: Brasil 247.