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- A delação
premiada que o empresário Marcelo Odebrecht negocia com o Ministério Público
Federal em Curitiba está causando receio não apenas nos delatados, mas dentro
do próprio MPF.
Os
procuradores estão se perguntando se as instituições serão capazes de absorver
o "gigantesco impacto" que causará o que já foi entregue pela
empreiteira e o que ainda está sendo negociado.
A
delação de Marcelo Odebrecht, que está preso há mais de um ano, não poupa
nenhum Poder da República ou partido político e há a preocupação de que, quanto
mais robusta e ampla se tornam as revelações do maior empreiteiro do País, mais
inviável ela pode vir a ser na hora da homologação pelo Supremo Tribunal
Federal.
A
Construtora Odebrecht tem 15 divisões em duas dúzias de países, 130 mil
empregados e a responsabilidade pela maior parte das obras da Olimpíada do Rio
de Janeiro de 2016. Se os executivos da empresa decidirem contar tudo, poucas
pessoas duvidam que a maior parte da elite política irá cair, já que muitos de
seus membros foram apontados em documentos apreendidos na empreiteira como
supostos beneficiários de propinas.
Nesta
semana, o procurador da força-tarefa da Lava Jato Carlos Fernando dos Santos
Lima se apressou ao negar que haja qualquer movimentação por delação premiada
envolvendo Marcelo Odebrecht. "Marcelo Odebrecht nunca disse uma palavra a
nós, não conversou com nenhum promotor sequer", afirmou Lima à Reuters.
Ele disse ver duas possibilidades no caso de Marcelo. "Ou alguém está
tentando forçar um acordo conosco, o que simplesmente não irá funcionar, ou, o
que é ainda mais hipócrita, alguém está divulgando informações falsas na
esperança de que isso destrua qualquer acordo, na esperança de que Marcelo
fique quieto." Fonte: Brasil 247.