Por André Richter - Repórter da Agência
Brasil
A
força-tarefa dos procuradores da Operação Lava Jato entrou hoje (13), na
Justiça Federal em Curitiba, com uma ação de improbidade administrativa contra
o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a
mulher dele, Cláudia Cruz, o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras
Jorge Zelada e mais dois investigados.
Na
ação, os procuradores pedem que Cunha seja condenado à devolução de R$ 20
milhões, montante referente a valores movimentados em contas não declaradas no
exterior, além da suspensão dos direitos políticos por dez anos. Se condenada,
a mulher de Cunha deverá devolver o equivalente R$ 4,4 milhões por ter sido
beneficiada por valores depositados em uma das contas.
De
acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Cunha foi beneficiário de pelo
menos US$ 1,5 milhão de propina oriunda de um contrato de exploração da
Petrobras no campo de petróleo em Benin, na África, em 2011. Na época, a
Diretoria Internacional da estatal, responsável pelo contrato, era chefiada por
Jorge Zelada, que está preso por causa das investigações.
Para
os investigadores, o valor foi recebido pelo parlamentar em contas de trusts e
offshores não declaradas na Suíça.
“Era
tamanha a intenção do deputado federal Eduardo Cunha em ocultar a titularidade
das contas mantidas na Suíça, que, em formulário próprio, solicitou
encaminhamento de correspondência da instituição financeira para endereço nos
Estados Unidos, sob alegação de que o serviço postal em seu país de origem não
seria confiável”, afirmam os procuradores.
A
ação por improbidade contra Cunha tramita na Justiça Federal por se tratar de
matéria civil, que não tem relação com as imputações penais, que estão no
Supremo. De acordo com a Constituição, parlamentares tem foro privilegiado no
STF em questões criminais. A ação criminal contra Cunha deverá ser julgada pela
Corte na semana que vem. Fonte: Brasil 247.