De repente a senadora Rose de Freitas, do PMDB do Espírito
Santo, recebeu ao seu telefone uma chamada palaciana em Brasília, cobrando-lhe fidelidade
e sinceridade para com o governo interino de Michel Temer. O seu voto é imprescindível
quando a se somar aos demais e tornar efetivo o chefe do governo brasileiro nas
próximas horas.
Pasmem, o telefonema se dera porque minutos antes a senadora
ao dialogar com um outro senador, dissera-lhe que poderia defender Dilma Rousseff
e até votar em seu favor, contra o impeachment. Foi a gota d’água suficiente para
completar o copo e entornar de tal forma que gerou uma reação quase que
imediata: o telefonema do próprio presidente interino, conforme divulgação do
Portal Notícias ao Minuto.
E eu que pensava que esse tipo de vigilância e pressão só
aconteciam em Câmaras de Vereadores. Lá nas grandes casas legislativas, na
capital política do Brasil, também há desses hábitos que além de trazer
constrangimentos a quem a gente pensa ser independente como deputado federal ou
senador da República, ainda os deixam tão pequenos que se submetem completamente.
E as grandes questões sociais e políticas quando serão levadas a sério e
votadas sem pressão alguma?
É lamentável e vergonhoso que um senador ou senadora da República passe
por esse tipo de vexame para que não desvie o seu voto. Reconheça-se, porém, que
só passa por isso quem não tem independência e nem compromisso com a sua
própria consciência e, em sendo assim, muito menos com as questões do povo e do
país.
Pelo poder e nele se manter, vale tudo!