247 - Ao criticar a Operação Métis, da
Polícia Federal, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes escreveu
nesta quinta-feira 27 mais um capítulo da crise entre os poderes vivenciada
pelo Brasil.
"É, de fato, um caso
politicamente delicado, porque não é um caso de escola. Colocar polícia no
Congresso não é o melhor método de lidar com isso. A não ser que seja
imprescindível, nós devemos evitar", declarou Gilmar.
"Acho que atuou bem o Senado
quando decidiu judicializar a questão, é a forma mais adequada de discutir com
o juiz é no processo, é fazer recurso. Então me parece que a partir daí o
próprio STF deve se pronunciar e dar uma diretriz", acrescentou.
Pouco antes, o ministro Teori Zavascki
concedeu uma liminar suspendendo os efeitos da operação da PF que prendeu,
dentro do Senado, quatro agentes da Polícia Legislativa, acusados de atrapalhar
as investigações da Operação Lava Jato, na semana passada.
Teori determinou ainda, ao analisar a
ação de um dos policiais presos, que o processo vá para o Supremo, uma vez
que o objetivo da operação era "claramente" apurar a possível
participação de parlamentares nos fatos.
O caso criou um embate entre o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que criticou o juiz de
primeira instância que autorizou a operação, e a presidente do STF, Cármen
Lúcia, que saiu em defesa do magistrado.
Desde então, Michel Temer tentou
marcar uma reunião entre os chefes dos três poderes, mas Cármen Lúcia, em um
gesto raro, recusou ao pedido do presidente da República e disse que estava com
a agenda cheia para o encontro.
Renan entrou com duas ações no Supremo
sobre o caso, uma pedindo a suspensão da operação e outra pedindo que
"sejam estabelecidos os limites e as competências dos Poderes do
Estado". Uma terceira, junto ao CNJ, questiona a decisão do
juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, que
para Renan, usurpou a competência do STF e invadiu o Poder Legislativo ao
autorizar a operação. Fonte: Brasil 247.