Pedro Peduzzi e Daniel Lima –
Repórteres da Agência Brasil.
Ao
destacar que seu governo está desmontando um "ciclo perverso", pelo
qual passava o país, o presidente Michel Temer apresentou hoje (8), algumas
projeções otimistas que, segundo ele, serão decorrentes das medidas de
austeridade que vêm sendo adotadas. Entre elas, ele destacou a possibilidade
de, a partir do segundo semestre de 2017, o país retomar a geração de emprego e
de registrar um Produto Interno Bruto "não negativo". Ele também
disse que, mantidas tendências já verificadas, espera que o país retome o grau
de investimento, pelas agências de avaliação.
Temer
abriu, pela manhã, o seminário Infraestrutura e Desenvolvimento do Brasil, no
auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O evento é promovido
pelo jornal Valor Econômico, em parceria com a Confederação Nacional da
Indústria,
"Querem
que o governo assuma e dois meses depois o céu esteja azul. Não é assim. Isso
leva tempo. A retomada do emprego é algo que demora. É paulatina e lenta, mas
nossa esperança é que no segundo semestre de 2017 o PIB não seja negativo. Se
não for, que nos cobrem", disse o presidente, durante um seminário de
infraestrutura promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A
projeção de instituições financeiras para a queda da economia (Produto Interno
Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país), este ano,
passou de 3,30% para 3,31%. Para 2017, a expectativa de crescimento foi
ajustada de 1,21% para 1,20%
"Às
vezes sinto no ar certo preconceito. Querem combater desemprego e não querem
incentivar a iniciativa privada. Nossa esperança é que em face do ritmo que
estamos adotando é que no segundo semestre do ano que vem tenhamos também o
emprego sendo retomado", acrescentou.
Temer
destacou que para tornar possível esse cenário, é necessário que o governo
ajuste suas contas e atraia o investimento privado em áreas estratégicas como a
infraestrutura. Segundo ele, o país acumulava "dívida pública crescente e
desemprego em nível alarmante". "A superação da crise aguda exige um
trabalho extraordinário que nos permita seguir adiante. Este é um ciclo
perverso que estamos desmontando. Diante desse fato constatamos que o padrão de
despesas que se consolidou nos últimos anos se tornou insustentável. Precisamos
então começar cortando na carne, portanto limitar os gastos públicos",
disse ele.
Durante
sua fala, Temer citou discursos da ex-primeira ministra da Inglaterra,
Margareth Tatcher, como forma de justificar as medidas de austeridade do
governo brasileiro. "Vi um discurso da Tatcher, em que ela dizia:
"olha, saiba você que não existe dinheiro público. Dinheiro sempre vem do
setor privado. Quem está pagando é você. Ou você controla, ou a generosidade
desaparece'. O Estado é como a sua empresa. Você não pode gastar mais do que
arrecada. Essa é a proposta singelíssima da PEC dos gastos públicos",
disse o presidente.
Segundo
ele, esses cuidados que têm sido adotados pelo governo brasileiro darão ao país
a possibilidade de voltar ao grau de investimento. "Agora [o índice das
agências de avaliação] baixou de 531 pontos para 318 pontos. Quando chegar a
240 retomamos o grau de investimento. Conseguimos isso em apenas alguns
meses", destacou Temer. .
Ele
acrescentou que "sequencialmente ou paralelamente" à tramitação da
PEC dos gastos públicos, mandará, ao Congresso Nacional, a proposta para
reforma da Previdência Social. "Aprovado o teto, é fundamental que se faça
uma reforma da Previdência nesse país." Fonte: Brasil 247.