Luis
Pescarmona é um sacerdote que há cinquenta anos abraçou a causa de Cristo e
saiu das terras italianas e veio evangelizar no Brasil. E finalmente, chega um
dia a Guarabira que o acolheu sabiamente. Ali estava um legítimo defensor dos
mais humildes, demonstrando isso durante o período mais negro e duro da ditadura
militar de 1964, enfrentando poderosos apenas com a palavra religiosa, enquanto
atraia para si o ódio e mágoas de muitos latifundiários. Superou a tudo e
certamente ganhou a simpatia dos desprotegidos camponeses e também a glória de
Deus, de quem é um servidor fiel e obstinado.
Desde
ontem circula nas redes sociais um alerta de Pescarmona, feito na homilia que
proferiu em missa dominical à multidão presente na catedral de Nossa Senhora da
Luz: a respeito dos procedimentos humanos a serem realizados neste final de
ano, quando se aproximam as festas de Natal e Ano Novo. Dissera que “Neste
Natal não presenteiem os padres, prefeitos ou autoridades da cidade. Procurem
olhar os mais pobres, as crianças abandonadas, as mulheres excluídas, e as famílias
carentes para favorecer um fim de ano melhor e com menos sofrimento”. Note-se
que excluiu a si e aos irmãos sacerdotes, antes de falar nas autoridades do
município. Que sapiência! Quanta humildade!
Na
verdade o povo tem mania de presentar até quando nem pode, a quem já tem de
onde receber pelos seus próprios méritos, enquanto grande parte dos pobres e
desprezados da sorte permanecem ano a ano passando necessidade de alimentos e sem
nada para vestir. Como seria bom se cada católico que o ouviu soubesse interpretar-lhe
o alerta e, assim, fazer menos infeliz neste final de ano, a tantos que não têm
como conseguir sobreviver neste mundo de cruel capitalismo.
Que
Deus continue nos cedendo religiosos, pastores e sacerdotes comprometidos com a
sua palavra, com a paz universal e a solidariedade humana. Mesmo parecendo um
gesto tão pequeno, o de doar a quem não tem nada, será tão grande no casebre
faminto como de enorme tamanho na mansão Divina.