O empresário Elias Ramos Lima, de
25 anos, que mora em Paraty, no litoral do Rio, relata que uma mulher pediu
ajuda desesperadamente para sair do avião bimotor que caiu no mar e matou o
ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta
quinta-feira, 19. A mulher, ainda não identificada, também morreu.
Elias afirmou à reportagem que
estava na cidade e foi de lancha ao local da tragédia.
O acidente matou ainda o
empresário Carlos Alberto Filgueiras e o piloto Osmar Rodrigues. O avião estava
submerso.
"Quando eu cheguei lá
estavam os bombeiros dentro d'água. Logo a gente caiu na água para ajudar. A
gente tentou tirar a moça que estava viva do lado de trás, ela batia com a mão
no vidro, mas infelizmente não deu tempo", relatou. "Gritava socorro,
socorro, me ajuda."
Elias disse que seu pai é
empresário e tem uma pousada na Ilha Rasa, local próximo de onde caiu o avião
com o ministro da Lava Jato. Segundo ele, choveu antes e depois do resgate. O
tempo está ruim na região desde a quarta-feira, 18.
"A gente tentou primeiro
quebrar a janela, não conseguiu. Depois (tentamos) um buraco na fuselagem para
poder passar com a mangueira de oxigênio, mas quando a gente conseguiu passar
com a mangueira de oxigênio ela já tinha partido", disse.
"A gente não desistiu,
continuou para tentar levantar o avião. Ela apagou. Pelo tempo, a gente
conseguiria trazer ela de volta."
O empresário disse que a região
onde o avião caiu é bem tranquila, o mar tranquilo. De acordo com ele,
geralmente não há muito fluxo de barcos na área.
A aeronave que levava Teori
decolou do Campo de Marte, aeroporto localizado em São Paulo, às 13h, e caiu
por volta das 13h45, segundo a Marinha.
Informações disponíveis no site
da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) revelam que o Beechcraft C90GT tem
capacidade para sete passageiros, além do piloto. É um avião bimotor turboélice
fabricado pela Hawker Beechcraft. A aeronave PR-SOM está registrada em nome da
Emiliano Empreendimentos e Participações Hoteleiras Limitada.
Relator da Lava Jato na Corte, o
ministro era o responsável por conduzir os desdobramentos da maior investigação
de combate à corrupção no País que envolvem autoridades com foro privilegiado.
Teori estava empenhado, nos
últimos meses, na análise da delação premiada dos 77 executivos e ex-executivos
da Odebrecht, o mais importante acordo celebrado pela operação até aqui e que
aguarda homologação.
Até então, o ministro já havia
homologado 24 delações premiadas no âmbito da operação que implicam políticos
dos principais partidos do País, da base e da oposição do governo federal.
Teori foi ministro do Supremo a
partir de 29 de novembro de 2012. Ele presidiu a 2.ª Turma da Corte entre 2014
e 2015. Com informações do Estadão Conteúdo. Fonte: Notícias ao Minuto.